sábado, outubro 22, 2005

Branco mais branco...

A questão do aborto já deveria estar resolvida há muito tempo. Qualquer solução que se aplique agora, já vem demasiado tarde.
Questão diferente é a forma... a modalidade que se escolhe para resolver o problema.
Anunciou-se o referendo com base no princípio tácito que “referendo com referendo se (a)paga”
A partir daqui, encetaram-se os procedimentos tendentes a tornar possível a dita consulta popular onde, naturalmente, se incluía a necessária apreciação pelo Tribunal Constitucional (TC).
Ora, sempre que se sujeita uma matéria à sindicância de um tribunal, tem de se estar preparado para qualquer cenário possível, seja favorável ou desfavorável.
Por isso, o facto de o Governo querer resolver a situação pela via Parlamentar, agora que (e só porque) se anuncia um chumbo pelo TC pode significar um precedente particularmente inquietante.
Isto é, recorreu-se ao referendo (e portanto ao poder judicial) para conseguir maior legitimidade; contudo, quando se percebe que a decisão pode não interessar, contorna-se o obstáculo e dá-se a volta “por trás da baliza”! O que conta é o golo, independentemente da jogada.

É que, nada impede que se comece a aplicar esta estratégia doravante a todas as situações. Usam-se os tribunais quando estes estão de acordo e dispensam-se quando são “uma força de bloqueio” (Opsss!... se calhar não é boa altura para lembrar estas expressões).
Nada impede que se institua o princípio TIDE: esperar que o poder judicial sirva apenas para branquear decisões previamente tomadas.

(Já agora: e se o referendo tivesse um resultado desfavorável?)

3 comentários:

Anónimo disse...

ele não acertou em nada sulista.
este rapaz é bom rapaz mas muda opinião de acordo com o vento.
Eu sou favorável ao referendo . o bogexisto duvido. eu em principio votarei branco ou não voto nesse referendo pois não consigo definir uma posição. ele votará sempre no sim
agor auma coisa é certa. não podemos passar a vida a propor referendos e por motivos meramente inventados adiar a sua resolução.
Portanto defendo o referendo sobre esta questão .. mas siceramente não sei como votar.se optrar por outra solução sócrates faz mal pois cede aos alegretes da esquerdelha folclórica, por onde navega o blogexiste

Blogexiste disse...

Sulista:
1.º - Obrigado pelo simpático comentário.
(Vês mocho, custava-te muito?... custava?)
2.º Sim, nascido e criado embora há alguns anos a viver fora.
Desfiladeiro:
Olá, desconfio que me está a dar música...
Também desconfio que o Desfiladeiro não leu com muita atenção o texto...
Primeiro, não falei de aborto nem sequer da “Despenalização do Aborto” (são coisas diferentes!)
Falei do “oportunístico” zig-zag governamental... tipo festival de ski (slalom) que preencheu durante muitos anos o dia de ano novo da RTP 1. Só isso.
Mocho:
A verdade parece ser evidente: o mocho defende o que defende o Sócrates, o Ferro, o Guterres, o passado e o futuro do PS seja ele qual for e ainda antes de o conhecer!
É bom e bonito, digo eu.
É bonito porque a fidelidade é uma coisa linda e por isso deve ser sempre elogiada esteja ela onde estiver, e sob a forma que tiver. (Fidelidade, do espanhol, Fidel + Idade [eh! eh! eh!] )
É bom, porque assim o mocho não precisa de gastar muito tempo a pensar! :-)

Agnelo Figueiredo disse...

Gostei.
Apreciei o princípio "TIDE".
Parabéns.