domingo, abril 13, 2014

Acho que desta vez concordo consigo, Dr. Nuno Melo.

E agora Dr. Nuno Melo? E agora que tem a dizer?
Sim, também eu concordo consigo quando diz que os mandatos se avaliam pelos resultados.
Sim, também eu concordo consigo quando diz que tudo, hoje, está pior do que há três anos quando este governo iniciou funções.
Sim, também eu concordo consigo quando diz que o governo conseguiu um feito extraordinário de levar e elevar o desemprego em Portugal para níveis nunca vistos.
Apenas nas reformas e rendimentos é que, ao contrário do que o senhor diz, agora não cresceram abaixo da inflação. Não. Elas simplesmente não cresceram. Elas diminuíram.

Gostava que o agora Dr. Nuno Melo "governativo" comentasse o comentário do Dr. Nuno Melo opositivo.
Não vou ter essa sorte, pois não Dr. Nuno Melo?
Pois não.
Mas pelo menos não deixa de ter uma certa graça, ver como, em certas ocasiões, se pode ser mordido pelo próprio veneno.



Dr. Nuno Melo:

"Bom, há quem insista nos méritos deste governo.
Eu devo dizer que acho uma coisa extraordinária.
Eu devo começar por dizer que tudo o que este país não precisa é de um comunicador. Este país precisa mesmo é de um governante. E a começar, que fale verdade. Porque de comunicadores está este país cheio. Há pelo menos três anos.  Porque se formos a avaliar o resultado – e porque também acredito que a política e os mandatos medem-se por resultados – se quisermos apreciar aqui que são os resultado de três anos de governação – já lá vão três, as pessoas às vezes esquecem-se – vemos que está tudo pior. Olhe:
- O desemprego é muito pior do que era em 2003. Este governo conseguiu até o mérito extraordinário de ter num trimestre a maior taxa de desemprego dos últimos vinte e um anos. Recordo o primeiro-ministro, aliás secretário geral do partido xxxxxxxx, para quem 6,9% de desemprego era uma marca de uma governação falhada. É bom vermos o que agora temos!
- Aumentaram todos os impostos. Não preciso de falar das promessas.
- Temos os salários, rendimentos e pensões genericamente a subirem, a crescerem abaixo da inflação. Temos os preços dos bens essenciais a crescerem acima da inflação.
- Temos as famílias mais endividadas.
- Temos as menores poupanças dos últimos anos (…). Temos a menor poupança dos últimos quarenta anos. Curiosamente até temos agora o país da União Europeia com a maior diferença entre ricos e pobres (…).  Isto para começar.
Até temos agora o primeiro-ministro a dizer que em setembro nada disto era previsível. É falso! É falso!
(…)
Eu acho extraordinário, Acho extraordinário. Quando os resultados são tão maus. Quando hoje está tudo tão pior – exceção à consolidação orçamental e essa louvo o governo que nem tudo é mau – quando hoje tudo está pior em relação ao que acontecia há três anos ou há quatro anos atrás, acho extraordinário esse mérito que se vê na governação.
Mas a terminar: hoje fala-se num plano anticrise. Eu devo dizer que neste plano o governo falha redondamente. E sabe por que é que falha redondamente? Exatamente pela apreciação que eu há pouco fazia da entrevista do primeiro-ministro. Porque é quase tudo investimento público e coisa nenhuma de descida de impostos. E há uma diferença fundamental, ou várias diferenças entre o investimento público… eu, recordo, que a propósito da baixa de impostos…
Vamos cá ver uma coisa, a propósito da baixa de impostos: foi assim com Zapatero; foi assim com Sarkozy; foi assim com Gordon Brown. A Angela Merkel,  hoje, anunciou. Bom, para este primeiro-ministro nenhum exemplo socialista ou não socialista é bom.
Eu lembro que as PME, senhor ministro, são 90% das empresas portuguesas e representam 80% do emprego geral. Se baixar impostos, essa baixa de impostos significa liquidez para as famílias e liquidez para as empresas. Desde logo para estas. E esse investimento público que sugerem significa liquidez para algumas empresas e alguns trabalhadores."