sábado, março 25, 2006

O Bom Filho...

As jornadas parlamentares do PS decorreram este fim-de-semana em Viseu.

Nada melhor do que o Cavaquistão para que Sócrates e as suas políticas se sintam em casa.

quinta-feira, março 23, 2006

E o Natal?

A Assembleia Legislativa da Madeira não deverá cumprir este ano a sessão comemorativa do 25 de Abril de 1974, por proposta do grupo parlamentar do PSD, que a considera "inoportuna".
«Este grupo parlamentar entende não ser oportuno comemorar o dia da aprovação da primeira Constituição da República [2 de Abril] após o 25 de Abril de 1974", nem a data da revolução, [porque] no nosso entendimento, diariamente estamos a comemorar Abril e a autonomia!»
In Público, 22/03/06

Considerando que o Natal deve ser todos os dias, presume-se que a partir de agora deixe de ser feriado a 25 de Dezembro na Madeira!

Aguarda-se a reacção do PSD continental, em especial de Marques Mendes. Tem aqui uma excelente oportunidade para fazer a diferença.

quarta-feira, março 22, 2006

O óbvio

"Um espesso nevoeiro ameaça cobrir o 'Portugal inteiro' de Cavaco Silva, muito mais depressa do que seria previsível e do que desejaria o novo Presidente"
Vicente Jorge Silva, "Diário de Notícias", 22-03-2006


Sim, e então?... É claro! Afinal o homem não é o novo D. Sebastião? Aquele que vem salvar o país? E pode lá haver D. Sebastião sem nevoeiro?!

terça-feira, março 21, 2006

Que Raio!


Eram 14 horas e 14 minutos.
Bastou apenas um!
Ontem, um simples e isolado relâmpago, foi o suficiente para me “apagar” o computador.
Mas hoje estou de volta.
O conserto não foi caro... 20 euros!
Felizmente tenho seguro – sou de opinião que é sempre importante ter seguro para estas ocasiões!
O problema é que para accionar a companhia de seguros tinha de pagar 40 euros.
Então decidi: em vez de esperar pela autorização da dita companhia, mandei avançar com o arranjo à minha conta. Paguei e... (bem feito!) não os informei (à companhia, é claro).
Conclusão: tenho uma fonte de alimentação nova, muito mais silenciosa e... ainda por cima... ganhei 20 euros*!


*20 euros de conserto
40 euros para accionar a companhia
Diferença: 20 euros!
(que raio de conta...só para fazer de conta)

domingo, março 19, 2006

78 rpm


Ai...
... o que eu lamento que o tempo não me dê tempo para passar mais tempo com o meu rebento...
... qualquer passatempo que eu tente passar, passa o tempo sem que o passatempo possa ter tempo de começar.

Ai o que eu tento... se tento! Passar mais tempo sentado a brincar...
... mas não, por muito que tente nem chego a ter tempo sequer para tentar.

Talvez um dia...(sou tentado a acreditar) que:
“...se tento... se tento”
... Bom, talvez aos setenta se tenha tempo para parar!

Mas não, o tempo não pára... e o rebento rabugento, continuando rabugento, deixa enfim de ser rebento.

Rebento contigo, tempo?



(hoje deu-me para pensar nisto! Será que tem alguma coisa a ver com a bebida espirituosa que nos serviram a noite passada?
Não volto àquele restaurante.)

quarta-feira, março 15, 2006

Inspirador


O contacto com a natureza foi algo que sempre me fascinou... o vento, os cheiros, as paisagens... enfim, sinto que é algo que nos faz sentir mais humanos.
Por isso, influenciado pelo amigo Raindog, investi recentemente num veículo de tracção animal que me permite, não só, corrigir algumas imprecisões físicas que começam a surgir cada vez com maior protuberância ao nível da barriga como, simultaneamente, pôr em dia a minha relação com a Mãe Natureza. Isto é, comprei uma «bicla»... em promoção no Jumbo mas ainda assim, mais ou menos completa.
Hoje depois de algum trabalho mental e psicológico, lá me atirei de cabeça à aventura.
Como, quem não tem cão caça com gato, (que é como quem diz, quem não tem natureza passeia na cidade) lá “desenhei” eu mentalmente um percurso pouco agressivo onde pudesse sentir algum verde a passar por mim... árvores ou simples cavacos a emanarem a sua brisa suave e apaziguadora... onde pudesse sentir o aroma da terra... ou inspirar o odor das acácias floridas (mimosas, se se quiser)... ou seja, momentos inspiradores!
Assim, à falta de ciclovias pode dizer-se que me fiz à estrada... literalmente!
Ainda não tinha completado dez rotações aos pedais quando percebi que a coabitação entre bicicletas e automóveis na mesma via pública assenta num equilíbrio muito mais instável do que a outra... aquela que é tema recorrente na comunicação social. Rapidamente percebi que tal coabitação tinha de se fazer ao nível do passeio entre a «bicla» e os peões (afinal nestas coisas do trânsito convém estarmos sempre em posição de superioridade... não vá o diabo tecê-las)!
Depois vieram, de facto, os odores. Autêntico diamante, diria eu. Pelo menos a julgar pela quantidade de carbono à solta... não sei se monóxido ... se dióxido... sei que se resumia a uma polifonia de cheiros oriundos das profundezas intestinais dos veículos que, por qualquer desígnio não apreensível à compreensão humana, conseguiram sair dos centros de inspecção.
Por outro lado, as ditas acácias, afinal não passavam de um pequeno esboço fedorento ali colocado por engano.

A tudo isto há a acrescentar a subida estrategicamente guardada para o final. Aí sim... deu para a inspirar um pouco de tudo. A pessoa inspira o fumo... inspira os cheiros... inspira o suor... enfim...
Inspira a dor!

(Mãe Natureza?... aqui na cidade é mais Filha da Mãe!)

terça-feira, março 14, 2006

Estranhas normalidades


Alcides é o padeiro aqui do bairro. Ainda me lembro quando abriu a primeira padaria, há já alguns anos.
Um dia disse que os clientes tinham de começar a pagar cerca de 5 euros por trimestre para despesas de manutenção do forno. Estranhei, mas ele argumentou que as outras padarias também faziam isso.

Também não gostei quando introduziu uma taxa de atendimento ao balcão. Mas aí, ainda compreendi... como havia pão já ensacado, não havia necessidade de incomodar o empregado. O problema era quando os produtos que queríamos só estavam disponíveis ao balcão... tínhamos de pagar a bendita taxa.
Um dia, passou-me uma declaração – uma simples folha em papel A4 em modelo previamente impresso – a dizer que eu comprava ali o pão habitualmente. Qual não é o meu espanto quando o Alcides me apresenta uma conta de 75 euros pela folha. Ainda por cima ameaçou-me que se não pagasse, fazia queixa à Padaria de Portugal que, por sua vez, emitiria uma inibição geral de venda de pão à minha pessoa.
É evidente que mudei de padaria. Só que ele disse que para deixar de ser cliente tinha de pagar uma taxa!!! Paguei mas saí. E ainda é bem. Fiquei muito melhor servido na nova padaria. Ali, não havia taxa nenhuma nem coisas do género. Nem tão pouco se enganavam – contra mim, é claro – com a periodicidade com que o Alcides se enganava.
Hoje o Alcides cresceu. Comprou quase 40% das padarias aqui da cidade. Não me deixa alternativas se não, voltar a ser seu cliente.



Ridícula?
Sim, a história só é ridícula porque se trata de uma simples padaria e o homem chama-se Alcides. Se em vez de Padaria se tratasse de um Banco e, em vez de Alcides se chamasse Paulo Teixeira Pinto já toda a gente achava normal.

Nota Final – Com esta coisa da OPA toda a gente tem de ouvir toda a gente: Autoridade para a Concorrência, Banco de Portugal, Comissão de Trabalhadores do BPI...
...e os clientes? Ninguém precisa de ouvir os clientes?


Peço desculpa pelo desabafo mas estou inconformado. Agora vou trabalhar... e quanto a esses grandes senhores, digo mesmo mais: vão todos p’ro trabalho!!!!

segunda-feira, março 13, 2006

Está a correr mal!

O BCP quer comprar o BPI.
Seria uma operação normal, não fosse o caso de o meu empréstimo de habitação estar no BPI.
Acontece que conheço muito bem a forma de trabalhar do BCP.
Nada de extraordinário. É apenas tudo o que de pior se pode imaginar mas que não se pode dizer para não se correr o risco de levar com eles em cima!

Agora digam... será que há alguma coisa que os milhares de clientes do BPI possam fazer para evitarem que esta “tralha” entre nas nossas vidas?
Ou resta-nos apenas ficar quietos a contemplar as “maravilhas” do sistema neo-liberal a funcionar na sua plenitude de forma selvagem tão ao gosto da nosso novo Presidente?

sábado, março 11, 2006

11 M

O Horror do 11 de Março não foi pior e não foi melhor que os outros dois atentados... foi mais perto!

Neste momento diria que falta apenas Lisboa para ficar concluída a ronda pelas capitais dos países que participaram na cimeira dos Açores.

Teria valido o risco de colocar Portugal na lista dos países-alvo se a causa fosse válida e legitimada pela ordem internacional.
Lamentavelmente a base foi muito mais modesta. Tratou-se apenas da patológica e incontinente vaidade de alguém que vê, ao pousar para a fotografia em bicos de pés ao lados dos mais fortes, a oportunidade de parecer Durão para além do nome.
Com isso enxovalhou-se um povo que, apesar das massivas manifestações de rua, não conseguiu deixar de ficar associado a uma intervenção militar criminosa porque ilegal e, portanto, ilegítima.

Infelizmente - repito - receio que Lisboa possa vir a viver a experiência dos espanhóis há precisamente dois anos. A cidade e o país são particularmente vulneráveis; a travessia fluvial do Tejo parece um alvo razoavelmente mediático e apetecível.

Mais do que nunca quero estar enganado... quero ser acusado de "mania da perseguição", de "ver muitos filmes de acção", de "esquizofrenia" de...
Em suma, espero que o tempo não me dê razão!

Para os espanhóis e para todas as vitimas do fanatismo violento, seja ele oriental ou ocidental, a minha solidariedade.

quinta-feira, março 09, 2006

Dá licença?

É verdade, não gosto do Cavaco. E depois?

Em 1995, depois de anos a mandar a polícia de choque para cima dos portugueses, Portugal uniu-se como só voltaria a unir-se em Junho de 2004 com um único objectivo: correr com o ele da cadeira. O homem percebeu e resolveu enviar para o sacrifício aquele que foi o seu mais dedicado ministro. A razia eleitoral que se seguiu reflectia o sentimento do país em relação à sua pessoa e às suas políticas e não – como se quis fazer crer – às performances do seu Benjamim.
Daí para cá, o homem ausentou-se. Agora, aparece, como que por milagre, como salvador da pátria. O que mudou? Das duas uma: ou a política desceu tanto nos último dez anos que faz como que a anterior mediocridade se torne agora num actual suficiente ou, existiu uma massiva manipulação no sentido de apresentar, devidamente aquecido em banho-maria, o prato anteriormente recusado.
Bom – houve quem dissesse – o homem está diferente! Mudou!
Mudou? Quem disse? Porquê?
Afinal, passaram-se dez anos e não houve qualquer intervenção por parte desta personalidade na vida cívica do país. Estou tentado a dizer que este senhor está apenas disponível para participar na vida pública se, e quando for pago para isso. Assim foi como primeiro-ministro e agora como Presidente da República. Caso contrário, não lhe é conhecida qualquer intervenção ao longo destes anos: a favor ou contra a guerra... a favor ou contra o aborto... a favor ou contra... tantas coisas e causas se passaram entretanto!....
Não lhe é conhecida a participação em nenhuma acção cívica... perdão escreveu uns artigos acerca de um monstro – segundo parece criado por ele próprio – e mais umas banalidades sobre boa e má moeda. Escrevia sempre que pressentia um governo fraco e, portanto, quando lhe era cronologicamente favorável, porque popular. Dito de outra forma, limitou-se a preparar durante dez anos este passo. De forma assustadoramente calculista. Colocando os seus interesses acima de tudo e de todos.

Afinal, onde está a mudança? Não foi sempre assim? Não colocou sempre os seus interesses à frente dos interesses do partido e, por sua vez, à frente do país? Não foi assim que desperdiçámos a possibilidade de nos desenvolvermos estruturalmente e de forma sustentada quando a Europa nos deu essa oportunidade?

É verdade, não gosto de Cavaco. E depois? Posso, não posso? Ou começa já a partir de hoje algum tipo de restrição?

Março,9

terça-feira, março 07, 2006

Quatro vezes um, quatro...


O lucro da EDP quadruplicou no ano passado, face a 2004!


Ufa!!! Estou muito mais descansado.
Eu explico... já há algum tempo que andava intrigado. É que aqui por casa cada vez se passa mais frio no inverno (calor no verão) e, no entanto, a conta da electricidade não pára de aumentar. Autêntico mistério, portanto.
Agora pronto, está explicado! Tudo se deve ao admirável lucro... quase quatro vezes maior do que em 2004! Ora, como diria o senhor de la Palisse “lucro de uns, prejuízo de outros”
Assim, como é de boa educação nestas ocasiões dar os respectivos elogios... cá vai:

Parabéns Sr. Engº João Talone...

(Agora reparo, os Talone’s têm, em Portugal, o dom de emagrecer o pessoal... ou de uma maneira ou de outra!)

domingo, março 05, 2006

Armado em Nostálgico


Há dias assim. A pessoa começa a arrumar papeis na secretária e acaba a arrumar memórias no «guarda-factos» (a expressão não é minha) da nossa imaginação.

Hoje aconteceu-me isso.
Quando dei por mim, já tinha recuado até aos tempos de estudante... tempos de poucas rotinas mas de responsabilidades. Uma delas era a visita quase diária à Casa de Trás-os-Montes, local que se tornou, durante algum tempo, o verdadeiro sítio do costume... com preços sempre baixos todo o ano. Até meio da noite era o Manel que nos ia tirando uns finitos janotas... a partir daí cada um se ia «alimentando» deixando o respectivo pagamento em cima do balcão.
A saúde «trabalhava-se» no Choupal... equipados à maneira, aí enfrentávamos o curto circuito de manutenção... dez minutos depois do início do exercício, lá estava eu a fazer companhia ao primeiro desistente já deitado sobre o tronco de uma árvore segurando o corneto não-sei-das-quantas na mão esquerda e o SG Ventil na direita. Ali ficávamos à espera que o «chato» do atleta de serviço acabasse de cumprir as suas não-sei-quantas voltas ao dito circuito com a mesma persistência com que o risco ou cisco no disco pisca debaixo da agulha (peço desculpa pela imagem mas, na altura, não havia CDs)!
Depois havia a Guerra do Golf! Golf vermelho que para se pôr a trabalhar era uma autêntica guerra! Cada vez ficava mais longe de casa aproveitando o empurrão da descida das Alpenduradas onde, todas as manhãs, se desafiavam as elementares leis da física: cada vez mais energia potencial, se convertia em cada vez menos energia cinética.

Outros tempos. Permanentemente tesos (em todos os sentidos – a idade era outra) e, também por isso, felizes.
Tempos irrepetíveis , é certo, mas por isso mesmo, inesquecíveis.

Aos que nessa altura me acompanharam, tornando-se cúmplices e simultaneamente responsáveis...



... “Obrigado, malta”!

quinta-feira, março 02, 2006

Porque não você também?


Falta uma semana para Cavaco tomar posse de Belém.

Do ponto de visto teórico – quase doutrinário – esta presidência tem a capacidade de dar simultaneamente argumentos à causa monárquica e à causa republicana.
É que os monárquicos têm agora argumentos para rebater o dogma da livre escolha do representante máximo pelo povo. Ficou demonstrado que no seio de uma sociedade profundamente mediatizada e dominada pela cultura dos media, o povo pôde escolher a escolha escolhida préviamente (e superiormente).
Por outro lado, o facto de o sistema fundado na hereditariedade nos poder pregar uma partida “elegendo” um herdeiro que esteja aquém das funções requeridas acabou por ficar mitigado com a recente eleição presidencial... afinal o sistema eleitoral não consegue salvaguardar esse risco!

Ainda que meramente no plano teórico, é também possível ver, com a eleição de Cavaco, o sistema republicano a funcionar plenamente no principio da igualdade de oportunidade: “se Cavaco pôde ser eleito, qualquer português pode”!