quinta-feira, junho 29, 2006

Vi a Lata


O senhor PM arranjou maneira de, todo e qualquer cidadão português, passar ter uma caixa de correio on-line!
O acesso pode ser feito a partir de casa, via internet, ou então, de qualquer estação dos CTT.
Bom... qualquer não. Afinal o «sistema» só está disponível em algumas (poucas) estações.
Em todo caso este percalço não me parece relevante... afinal é quase um contra-senso a pessoa ter uma caixa de correio
virtual e depois deslocar-se aos CTT como se fosse uma caixa clássica.
Por isso, a iniciativa tem todo mérito, uma vez que é um meio de facilitar e simplificar (ou não estivesse aqui metido o Simplex) a vida dos cidadãos.
E depois há a questão da democraticidade da coisa. Esta iniciativa não é só para alguns... é para todos!
Isto partindo do princípio que todos têm internet em casa... com os custos daí decorrentes.
Para mim, o custo da internet (cerca de 600 euros/ano) representa uma despesa significativa... mas presumo que é só para mim.
Pois, se o PM parte do princípio que todo o cidadão pode disponibilizar este tipo de custos, é porque afinal o país está melhor do que eu penso... ou então está pior do que ele pensa... ou, se calhar, nem pensa... ou então nem as pensa!

Ou pensa que está na altura de começar a experimentar a melhor cosmética para disfarçar as rugas... das mentiras.

PS: Gostei muito de ver Luís Nazaré à frente dos CTT!
Como é que era a frase?... «no boys for jobs»?... «jobs for no boys»?... «no for jobs...»!!!

Bom, desisto, não me lembro! Mas de certeza que não se aplica...
pois não?


sábado, junho 24, 2006

Ela, ainda!

A senhora Ministra defendeu que a violência de alunos e familiares sobre os professores é apenas, e só, um caso de polícia. Algo que se situa unicamente na esfera particular entre os directamente envolvidos onde a Administração não tem qualquer intervenção nem responsabilidade.
Bom, mas então, para ser minimamente coerente, devia também defender que a violência de professores sobre alunos é, igualmente, um caso particular a ser resolvido entre o professor e o respectivo encarregado de educação.
Ora, sabemos que não é (não pode ser) assim.
Se a Administração actua severamente nos casos de violência (física ou verbal) quando ocorre entre o professor e o aluno, não se percebe porque é que se demite quando a violência ocorre em sentido contrário.
E também não se percebe quando a senhora Ministra faz referência à autoridade do professor. É que não se sabe se se refere à autoridade que lhe é atribuída por Lei (através do Estatuto do Aluno), se se refere à Autoridade que deveria ser inerente ao estatuto de professor.
É que se se refere à primeira, a senhora Ministra deveria saber que a legislação é, na prática, completamente inconsequente e ineficaz; se se refere à segunda – à autoridade intrínseca, própria do professor – bom então ainda se torna mais difícil de compreender. Sim, porque esta, a senhora Ministra tem-se encarregado de, dia após dia, reduzir a zero.

sexta-feira, junho 23, 2006

Ela, outra vez

Hoje, a Senhora Ministra da Educação passou pela RTP1.
No comentário à reportagem, sobre a violência na escola, a senhora não hesitou em dizer um conjunto de monumentais barbaridades.
Das duas, uma: ou a senhora tem o hábito de mentir com quantos dentes tem ou, então, não percebe nada de nada (naturalmente que esta é uma dúvida de retórica. Na verdade, a resposta situa-se obviamente na primeira hipótese: ela mente com quantos dentes tem!).

Uma coisa foi possível concluir: a senhora não está nada interessada em resolver o problema da educação em Portugal. Na verdade, a senhora apenas aproveita uma oportunidade para o aumentar. Pretende destruir completamente o que existe com o único objectivo de proceder à posterior privatização.
É que é aí (e só aí) que é possível restringir o acesso à verdadeira educação fomentando elites que posteriormente manipularão as massas. Preocupante é que – para além das elites (o que até se compreende) – quem aplaude estas medidas são as próprias massas.

Lamentável.

domingo, junho 18, 2006

Comissão Liquidatária

Nestas coisas de política, nem sempre o que parece... é!
Em todo o caso – e independentemente das (eventuais) jogadas de bastidores, saúda-se com particular agrado qualquer tentativa de chamar o PS à razão... de o re-posicionar... ou seja...

...de devolver o partido socialista aos socialistas.

Até que enfim!


Às vezes até parece que leram o SPS/PP

quinta-feira, junho 15, 2006

Conta-me outro conto.

Era uma vez um pai de família com algum dinheiro mas muito forreta. Um dia, anuncia à pequenada que nesse ano vão todos de férias para a praia (nesta altura a pequenada faz a obrigatória algazarra de felicidade). Entretanto, prossegue, anunciando que para isso já reservou quarto num hotel (a algazarra aumenta)... num hotel em Vilar Formoso!!!
Acto contínuo, o motorista, com ar de pânico e dedo no ar em jeito de pedir a palavra, tenta avisar que a coisa assim não vai resultar...
- Pronto – reage o pai de família com algum dinheiro mas muito forreta – é sempre isto! Quer uma pessoa dar o melhor à sua família e aparece sempre este tipo como má vontade. Vê-se mesmo que não quer fazer nenhum. Preguiçoso! Incompetente!
Nesta altura, qualquer simpatia que os filhotes pudessem nutrir pelo motorista acabava de sucumbir perante aquela atitude ostensivamente «boicotante». Não restou, portanto, ao motorista outra alternativa que não fosse a de cumprir as ordens... por mais disparatadas que elas fossem!

Bom – poderemos pensar – no final do verão, quando se verificar que o plano falhou, a imagem do motorista sairá reabilitada numa relação inversamente proporcional à imagem do pai de família com algum dinheiro mas muito forreta, certo?

Errado!

No final da época, o pai de família com algum dinheiro mas muito forreta juntará a família e dirá:
- eu bem tinha avisado. Vocês foram testemunhas... eu tentei tudo para vos dar o máximo. Mas infelizmente o motorista boicotou os nossos planos. Ele não é capaz de se adaptar aos novos tempos. Não é moderno... está desactualizado. Vamos despedir o motorista e passaremos a andar de taxi.

Nesta história, não sei se a família saiu prejudicada ou beneficiada.
Na educação, substituir a Escola-Pública pela Escola-Empresa é catastrófico.
Substituir o ensino de qualidade pelo ensino popular, parece-me criminoso.
Fazer com que o aluno “curta” a escola, não é difícil.
Trazer os pais contentes pelos contentamentos dos filhos, é fácil e dá votos!

Por outro lado mantêm-se as escolas-referência. Aquelas onde apenas se consegue entrar com uma valente cunha.

Finalmente, adopta-se uma qualquer Quarta Via Socialista onde se assume que a economia (e a sociedade em geral) tem capacidade para se auto-regular através de uma qualquer mão invisível.

Os excluídos apenas se poderão lamentar de si próprio.


Ela Sabe!

Professores e sindicatos têm tecido duras críticas à Ministra da Educação. Porém a critica mais feroz, mais contundente, vem de si própria... da sua carreira... da sua formação e do seu currículo.
É evidente que uma pessoa formada em sociologia SABE que estas medidas conduzem precisamente ao oposto do que é anunciado.
É evidente que uma pessoa com uma carreira académica nessa área SABE, por exemplo, que não pode colocar os resultados obtidos e a taxa de abandono escolar como parâmetro para definir se um professor é bom ou mau.
É evidente que ela TEM CONSCIÊNCIA do erro crasso que comete quando trata os alunos como inimputáveis, retirando-lhes qualquer responsabilidade pelo seu sucesso, pelo seu comportamento, pela capacidade de conformar as suas atitudes e entender a sua vontade.
É evidente que ela SABE que não pode colocar os pais a avaliar os professores sob pena de, em tese, se violar o princípio da imparcialidade previsto no artigo 6.º do Código do Procedimento Administrativo com relativa concretização no artigo 44.º (Garantias de Imparcialidade).

Então, se sabe, porque insiste?


Aceitam-se possíveis respostas!

sexta-feira, junho 09, 2006

Ó Malhão Malhão....

A Ministra anunciou que vai dar a privados a dinamização do Complemento Curricular, apresentando como exemplo as aulas de música. Ou seja, os alunos vão ter música depois das aulas acabarem.
Ops... então mas a Educação Musical não faz parte integrante do currículo? Ou será que pretende, a senhora, fazer sair a Música do currículo transferindo-a para o Complemento? Então mas o complemento não funciona de forma facultativa (?)... apenas para os alunos que se manifestem interessados? Sendo assim, significa que, na prática, vamos deixar de ter Música no 1.º Ciclo, à semelhança do que acontece nos países subdesenvolvidos?
Então e os recursos humanos existentes no agrupamento? Não seria boa ideia aproveitá-los?

Por outro lado, está a terminar o primeiro ano em que funcionou o programa do Inglês nos 3.º e 4.º anos. À semelhança do modelo agora apresentado, também este utilizou a estratégia de recorrer à iniciativa privada. Por isso, presume-se, para se estar a apostar na continuação deste modelo, significa que a experiência foi bem sucedida, certo? Ora, deve haver estudos... resultados... avaliações, certo?
Errado!
O que consta é que esse programa está a ser um fiasco. O facto de se ter recorrido à mão de obra barata (e sem qualificação pedagógica) está a conduzir a autênticos desastres.
Então, se é assim (e presumo que o ministério saiba que é assim), porque é que se insiste nesta fórmula?
Porque o objectivo está cumprido!!!!
O que se pretende é ter os meninos entretidos a baixo custo. E esse objectivo está assegurado. Saber se aprendem ou não... é uma questão completamente irrelevante e lateral para o caso. Por isso, é de todo o interesse começar a privatização por aqui para depois se alargar a outras disciplinas!

Nota: Já agora, quem é que me responde a esta questão?
- se acontecer alguma coisa na sala de aula durante a actividade lectiva que me desagrade, posso contar com o poder disciplinar (hierárquico) do ministério da educação exercido sobre o docente responsável pelo meu filho;

- se ocorrer alguma coisa anómala, durante o complemento curricular, a quem é que eu devo pedir responsabilidades?
É que, para que conste, estas “empresas” não estão inseridas na cadeia hierárquica do Ministério da Educação.

ImperaaDor


Perante uma decisão desfavorável do Tribunal Administrativo da Madeira relativamente aos exames de 6.º ano de Língua Portuguesa e Matemática, Alberto João Jardim, governador do arquipélago, defendeu o seu encerramento.
E não é que os órgãos de soberania do País ficaram calados!?!?

segunda-feira, junho 05, 2006

Explico!

Bem, vamos lá esclarecer uma coisa!
Na verdade não gosto de Sócrates nem do seu governo. Não gosto de ser enganado. Não gosto de fraudes muito menos mega-fraudes. Vota-se num partido de esquerda e depois sai-nos isto! Enfim, para esquecer!.
Dito isto, não significa que esteja desejoso por ver estes tipos no seu lugar... isto é, na rua!
E porquê?
Fácil. Basta fazer uma pequena retrospectiva. Vejamos:

Em 1995 chegou António Guterres. Com ele tivemos prosperidade. Os funcionários públicos viviam bem e os privados melhor ainda. Vendiam-se andares, carros, férias, computadores... enfim, vendia-se muito e comprava-se mais! Havia pleno emprego! Houve a Expo e, por momentos, fizemos pirraça aos espanhóis com o nosso mais-que-motivado orgulho!
Com isto conseguiu-se reduzir o défice que vinha do tempo de Cavaco, ficando-se, segundo a oposição, pelos "inaceitáveis" 4%
Nem tudo eram rosas, é claro! O IVA custava 17%. Havia reformas na Administração Pública, apesar de serem ouvidos os envolvidos. Um dia, o combustível subiu 5 escudos e houve um buzinão, lembram-se?
Depois, não se conseguiram decidir quanto à taxa de alcoolemia e, por causa disso, perderam as eleições seguintes (autárquicas, por sinal) e o governo caiu.

Veio a seguir um tipo Durão que nos disse que o país estava de tanga. Apertámos o cinto! Vivemos pior. Os funcionários privados passaram a odiar os públicos. Vieram as receitas ordinárias. Depois as extraordinárias. Vendemos património ao desbarato. Alguns enriqueceram e muitos (eu incluído) empobreceram numa relação directa de causa efeito. O IVA passou para 19% com fortes críticas do Partido Socialista (!). Nas escolas passou a haver exames nacionais e provas de aferição com fortes críticas do Partido Socialista (!!!).
Obviamente que entrámos em depressão. Passámos a comprar livros do Daniel Sampaio e a ouvir o Eduardo Sá (?!?). Entretanto, qual dádiva recebida do céu, chegou O convite e todos entoámos em coro: Halleluija!

A seguir (e provavelmente por recomendação médica) tivemos um momento de humor para dar uma pausa a tamanha depressão. Entrou em cena Santana Lopes e aquilo foi, que se costuma dizer, só rir. Quem resiste a uma espontânea gargalhada quando vem à memória a Ministra da Educação, Maria do Carmo Seabra?
Ainda assim, é justo que se diga que Santana tinha um plano sério para Portugal: Aplicar a chamada “Estratégia-Figueira”. Ou seja, transformar literalmente o País num Oásis... isto é, o Oásis da Figueira da Foz estendido a todo o “planeta” nacional.
Depois tivemos "estes"...


...

...enfim, sem palavras.


Depois disto é fácil prever o futuro! Os próximos serão, certamente, muito pior.
Perceberam agora?

domingo, junho 04, 2006

SPS/PP*

Não há dúvida. Desde artigos de opinião a entrevistas, desde sites a blogs... não há dúvida. A direita, de forma mais ou menos ostensiva, está completamente rendida a este governo. Até os notáveis dos partidos da oposição tiveram, numa ou noutra ocasião, de tecer um elogio aqui ou ali.
Quando são obrigados a criticar, fazem-no com tamanha falta de espontaneidade que a operação funciona como elogio. Já tivemos elogios de Marques Mendes e Manuela Ferreira Leite. Até recentemente Rui Rio elogiou a Ministra da Educação!

Por isso, os governantes e dirigentes socialistas têm motivos para estarem orgulhosos com tamanho sucesso.
Por isso, também, os socialistas e o partido têm razões para estarem apreensivos.
Mais tarde ou mais cedo será necessário fazer uma reflexão. Afinal, não é normal que um «partido de esquerda» agrade, de forma tão expressiva, ao espectro político da direita.
Para já, o PS está, aparentemente, em alta. O pior acontecerá quando passar a espuma deste sucesso sustentado pela profissional propaganda em forma de demagogia.
Certo é que quanto mais tarde acordar, maior será o deserto e mais dura a travessia.
Certo é, também, que nessa altura não terá tantos camelos para lhe sustentar a marcha!



*Super Partido Socialista/Partido Popular!

quinta-feira, junho 01, 2006

A frase


Para quem tem ou trabalha com crianças sabe que a frase é muito mais do que um simples e mais-que-gasto chavão.
Para quem tem ou trabalha com crianças sente verdadeiramente o seu significado. Sente cada palavra com a mesma intensidade com que a criança vive as suas brincadeiras. Vibra ingenuamente com a sua salutar ingenuidade. Deixa-se levar espontaneamente pela sua natural espontaneidade.


Para quem tem ou trabalha com crianças sabe que
...o melhor do mundo são as crianças.

Que possam ser felizes agora já que o futuro não é lá muito promissor. Menos ainda, com esta Ministra da Educação!

Nota: parabéns ao Conselho Executivo da escola Inês de Castro em Coimbra.