Entrou hoje a hora de Inverno. Na verdade, nem tudo é mau. Devemos ver sempre o lado positivo das coisas.
Afinal, é agora que sabe bem um porto... uma lareira...
...um ta-pe-te!!!! Hummmm!!!
É nesta altura que sabe bem ficar na cama até mais tarde, entre outras coisas a ouvir a chuva a bater nos vidros.
É agora que nos podemos aconchegar nas nossas roupas de inverno disfarçando aqueles pneusinhos teimosos presos à barriga onde psicologicamente se pode ler o painel publicitário “com o alto patrocínio de Super Bock”.
É agora que aparece aquele cheirinho a castanha assada nas ruas com aquele típico cartão escrito à mão preso à motoreta com frente de forno a anunciar “uma dúzia SÓ 1 euro”.
É agora que se fazem umas Tibernadas – jantar à base de batata a murro, hortaliça e bacalhau dentro de um lagar de azeite em pleno funcionamento.
É por esta altura que temos o Um e Oito de Dezembro. Temos o Natal e o Herman a fazer a passagem de ano na televisão.
Há, de facto, muitas coisas boas na hora de Inverno, mas a principal, na minha opinião, é que a partir de amanhã já falta menos um dia para entrar a HORA DE VERÃO!!!
Aproveitar enquanto a voz não fica rouca...
domingo, outubro 30, 2005
sábado, outubro 29, 2005
Ops!!! Desculpem...
r k b l y c
q r t d z s
v w e o o s
s p a m m
q r t d z s
v w e o o s
s p a m m
Peço desculpa pelas letritas mas estava a ser atacado por publicidade. No princípio até dava jeito... Como ninguém escrevia, o spam sempre ajudava a disfarçar... mas agora já não preciso porque vocês vão continuar a deixar umas anotações...
... vão, não vão?
Vão até aqui ou aqui para perceberem o que quero dizer
sexta-feira, outubro 28, 2005
Anacronismos
“Eu nunca tinha ouvido a palavra anacronismo. Nem sequer tenho a certeza de a ter entendido bem. Ana, isso eu sabia, era o nome da minha vizinha do quinto andar e também de uma colega de escola (...). Quando queria contar qualquer coisa que se tinha passado com uma delas usava expressões como «a-Ana-cá-de-cima» ou «a-Ana-lá-da-escola», mas a minha mãe corrigia-me sempre, dizia “as pessoas têm apelido”, ou Ferreira, como o Vergílio, ou Soares, como o Mário, ou Magalhães, como o Fernão de Magalhães.
O Vergílio Ferreira era um escritor que era amigo do meu pai e de quem a minha mãe dizia que era o Mestre (...).
O Mário era o Márocas, tinha sido eleito Presidente da República no ano anterior, a minha mãe é que gostava muito dele, o meu pai nem por isso, punha um ar um pouco aborrecido sempre que havia eleições, e dizia «lá tenho eu que votar no Márocas», como quem faz um grande sacrifício, e eu um dia até lhe perguntei se as pessoas eram obrigadas a votar no Márocas, ele riu-se, fez-me uma festa na cabeça, e disse-me, felizmente, hoje em dia, ninguém é obrigado a votar em ninguém.
O Fernão de Magalhães fora outra curiosidade para mim. Era advogado, como o meu pai, mas também era um navegador antigo (...).
Foi então que resolvi ir perguntar ao grilo que estava na cozinha o que queria dizer a minha primeira palavra difícil.
(...) O grilo reflectiu durante alguns momentos, e disse-me:
«É uma palavra estranha, difícil, sem dúvida. É como circunspecção, paradoxo, controvérsia. São palavras que os adultos usam com desenvoltura, que é outra palavra que é preciso sopesar, e este verbo também tem que se lhe diga. Quero eu dizer que são palavras que não podem ser utilizadas sem uma cuidadosa ponderação, e ponderação também não é nada fácil, principalmente quando se trata de a contextualizar, e este sim, é um autêntico palavrão» (...)”
O Vergílio Ferreira era um escritor que era amigo do meu pai e de quem a minha mãe dizia que era o Mestre (...).
O Mário era o Márocas, tinha sido eleito Presidente da República no ano anterior, a minha mãe é que gostava muito dele, o meu pai nem por isso, punha um ar um pouco aborrecido sempre que havia eleições, e dizia «lá tenho eu que votar no Márocas», como quem faz um grande sacrifício, e eu um dia até lhe perguntei se as pessoas eram obrigadas a votar no Márocas, ele riu-se, fez-me uma festa na cabeça, e disse-me, felizmente, hoje em dia, ninguém é obrigado a votar em ninguém.
O Fernão de Magalhães fora outra curiosidade para mim. Era advogado, como o meu pai, mas também era um navegador antigo (...).
Foi então que resolvi ir perguntar ao grilo que estava na cozinha o que queria dizer a minha primeira palavra difícil.
(...) O grilo reflectiu durante alguns momentos, e disse-me:
«É uma palavra estranha, difícil, sem dúvida. É como circunspecção, paradoxo, controvérsia. São palavras que os adultos usam com desenvoltura, que é outra palavra que é preciso sopesar, e este verbo também tem que se lhe diga. Quero eu dizer que são palavras que não podem ser utilizadas sem uma cuidadosa ponderação, e ponderação também não é nada fácil, principalmente quando se trata de a contextualizar, e este sim, é um autêntico palavrão» (...)”
MEGA FERREIRA, António - As Palavras Difíceis, Publ. D. Quixote
Teoria
A Minha Teoria:
O Estatuto do Aluno, na parte disciplinar, permite que um professor dê ordem de saída da sala de aula ao aluno que assume, em determinado momento, uma atitude perturbadora.
É pena que este princípio não seja extensivo a outras entidades igualmente perturbadoras do normal funcionamento da Escola. Perturbar o ensino tem sido, aliás, uma prática comum a vários governos. Há dois anos foi a alteração às regras dos concursos, o ano passado foi a trapalhada com os concursos e este ano... ...bom, este ano nem é bom falar. Ninguém dúvida que agora temos mais escola... pergunto é se temos melhor Escola!?!
Qual a razão que leva os políticos a “atacar” desta forma um sector tão importante para o futuro de um País?
Oficialmente, defendo que o problema está na falta de sensibilidade das chefias para a realidade escolar, para aquilo que verdadeiramente se passa no terreno.
No entanto, intimamente, começo a acreditar que tudo faz parte de uma estratégia deliberada e intencional.
Porquê?
Não tenho dúvidas de que se a escola pudesse desempenhar integralmente o seu papel, se tivesse verdadeiramente condições para Ensinar, o espírito crítico do País começaria a ser muito mais exigente. Não se limitava a repetir durante a semana as opiniões de Marcelo servidas ao Domingo à noite como refeições tipo pronto-a-servir que se congelam e se usam quando é preciso.
Bom, mas se o espírito crítico do País fosse mais exigente, também não duvido que a actual classe política seria completamente varrida...
Estão a ver??? Dois mais dois....
‘tava a brincar... é claro não... não acredito em nada disto!... podia lá ser?!... faz lá algum sentido?!... que disparate.
O Estatuto do Aluno, na parte disciplinar, permite que um professor dê ordem de saída da sala de aula ao aluno que assume, em determinado momento, uma atitude perturbadora.
É pena que este princípio não seja extensivo a outras entidades igualmente perturbadoras do normal funcionamento da Escola. Perturbar o ensino tem sido, aliás, uma prática comum a vários governos. Há dois anos foi a alteração às regras dos concursos, o ano passado foi a trapalhada com os concursos e este ano... ...bom, este ano nem é bom falar. Ninguém dúvida que agora temos mais escola... pergunto é se temos melhor Escola!?!
Qual a razão que leva os políticos a “atacar” desta forma um sector tão importante para o futuro de um País?
Oficialmente, defendo que o problema está na falta de sensibilidade das chefias para a realidade escolar, para aquilo que verdadeiramente se passa no terreno.
No entanto, intimamente, começo a acreditar que tudo faz parte de uma estratégia deliberada e intencional.
Porquê?
Não tenho dúvidas de que se a escola pudesse desempenhar integralmente o seu papel, se tivesse verdadeiramente condições para Ensinar, o espírito crítico do País começaria a ser muito mais exigente. Não se limitava a repetir durante a semana as opiniões de Marcelo servidas ao Domingo à noite como refeições tipo pronto-a-servir que se congelam e se usam quando é preciso.
Bom, mas se o espírito crítico do País fosse mais exigente, também não duvido que a actual classe política seria completamente varrida...
Estão a ver??? Dois mais dois....
‘tava a brincar... é claro não... não acredito em nada disto!... podia lá ser?!... faz lá algum sentido?!... que disparate.
Ilustração aqui
quinta-feira, outubro 27, 2005
quarta-feira, outubro 26, 2005
segunda-feira, outubro 24, 2005
sábado, outubro 22, 2005
Toma!
Se o domingo não trouxer nada melhor, sugere-se uma pequena terapia. Não resolve nada mas há a probabilidade de a semana começar melhor.
O site da RTP oferece uma pequena preciosidade que vale a pena visitar.
Boas jogadas.
O site da RTP oferece uma pequena preciosidade que vale a pena visitar.
Boas jogadas.
Branco mais branco...
A questão do aborto já deveria estar resolvida há muito tempo. Qualquer solução que se aplique agora, já vem demasiado tarde.
Questão diferente é a forma... a modalidade que se escolhe para resolver o problema.
Anunciou-se o referendo com base no princípio tácito que “referendo com referendo se (a)paga”
A partir daqui, encetaram-se os procedimentos tendentes a tornar possível a dita consulta popular onde, naturalmente, se incluía a necessária apreciação pelo Tribunal Constitucional (TC).
Ora, sempre que se sujeita uma matéria à sindicância de um tribunal, tem de se estar preparado para qualquer cenário possível, seja favorável ou desfavorável.
Por isso, o facto de o Governo querer resolver a situação pela via Parlamentar, agora que (e só porque) se anuncia um chumbo pelo TC pode significar um precedente particularmente inquietante.
Isto é, recorreu-se ao referendo (e portanto ao poder judicial) para conseguir maior legitimidade; contudo, quando se percebe que a decisão pode não interessar, contorna-se o obstáculo e dá-se a volta “por trás da baliza”! O que conta é o golo, independentemente da jogada.
É que, nada impede que se comece a aplicar esta estratégia doravante a todas as situações. Usam-se os tribunais quando estes estão de acordo e dispensam-se quando são “uma força de bloqueio” (Opsss!... se calhar não é boa altura para lembrar estas expressões).
Nada impede que se institua o princípio TIDE: esperar que o poder judicial sirva apenas para branquear decisões previamente tomadas.
(Já agora: e se o referendo tivesse um resultado desfavorável?)
Questão diferente é a forma... a modalidade que se escolhe para resolver o problema.
Anunciou-se o referendo com base no princípio tácito que “referendo com referendo se (a)paga”
A partir daqui, encetaram-se os procedimentos tendentes a tornar possível a dita consulta popular onde, naturalmente, se incluía a necessária apreciação pelo Tribunal Constitucional (TC).
Ora, sempre que se sujeita uma matéria à sindicância de um tribunal, tem de se estar preparado para qualquer cenário possível, seja favorável ou desfavorável.
Por isso, o facto de o Governo querer resolver a situação pela via Parlamentar, agora que (e só porque) se anuncia um chumbo pelo TC pode significar um precedente particularmente inquietante.
Isto é, recorreu-se ao referendo (e portanto ao poder judicial) para conseguir maior legitimidade; contudo, quando se percebe que a decisão pode não interessar, contorna-se o obstáculo e dá-se a volta “por trás da baliza”! O que conta é o golo, independentemente da jogada.
É que, nada impede que se comece a aplicar esta estratégia doravante a todas as situações. Usam-se os tribunais quando estes estão de acordo e dispensam-se quando são “uma força de bloqueio” (Opsss!... se calhar não é boa altura para lembrar estas expressões).
Nada impede que se institua o princípio TIDE: esperar que o poder judicial sirva apenas para branquear decisões previamente tomadas.
(Já agora: e se o referendo tivesse um resultado desfavorável?)
sexta-feira, outubro 21, 2005
Púrpura Inveja.
Acordo quase todos os dias às 6:50 H para ter tempo de fazer o que há a fazer antes de entrar no emprego. Aí, passo o dia a ouvir disparates, cada um maior que o outro, com um sorriso na cara e a boa disposição oferecida pelo princípio do “come e cala que podia ser pior”.
Tenho um carro com 7 anos que, com uma incrível regularidade, me dá uma original e criativa avaria na ordem de 1000 Euros por ano.
(Descobri recentemente, que nem dinheiro tenho para pagar as prestações de um Panda ou C1).
À noite, ao serão, ainda tenho tempo de relaxar um pouco em frente à televisão e ouvir os grandes entendidos em questões económicas explicar que o País está como está por minha causa e que só tenho de agradecer a Deus e à Constituição por ter emprego... um emprego que me proporciona tantos privilégios e regalias...
... é bom porque, nessa altura, quase que acredito que sou um sortudo!
Ontem, precisamente quando estava a ver televisão, passou uma imagem do Cristiano Ronaldo no seu Porche Cayenne Turbo e, de repente, percebi porque é que não vou, não vejo e não ouço futebol...
Por pura Inveja
Tenho um carro com 7 anos que, com uma incrível regularidade, me dá uma original e criativa avaria na ordem de 1000 Euros por ano.
(Descobri recentemente, que nem dinheiro tenho para pagar as prestações de um Panda ou C1).
À noite, ao serão, ainda tenho tempo de relaxar um pouco em frente à televisão e ouvir os grandes entendidos em questões económicas explicar que o País está como está por minha causa e que só tenho de agradecer a Deus e à Constituição por ter emprego... um emprego que me proporciona tantos privilégios e regalias...
... é bom porque, nessa altura, quase que acredito que sou um sortudo!
Ontem, precisamente quando estava a ver televisão, passou uma imagem do Cristiano Ronaldo no seu Porche Cayenne Turbo e, de repente, percebi porque é que não vou, não vejo e não ouço futebol...
Por pura Inveja
quinta-feira, outubro 20, 2005
D. Sebastião
Bom, hoje não se passou nada de relevante!
Nada que justifique qualquer comentário...
Uma apresentação de candidatura Presidencial…
E Depois?
Era suposto o povo estar numa enorme expectativa mas os media estragaram tudo.
Já não houve surpresa.
Não houve o habitual clima criado pelo famoso tabu!
Assim, nada melhor que um momento de poesia:
Abaixo el-rei Sebastião
É preciso enterrar el-rei Sebastião
é preciso dizer a toda a gente
que o Desejado já não pode vir.
É preciso quebrar na ideia e na canção
a guitarra fantástica e doente
que alguém trouxe de Alcácer Quibir.
Eu digo que está morto.
Deixai em paz el-rei Sebastião
deixai-o no desastre e na loucura.
Sem precisarmos de sair o porto
temos aqui à mão a terra da aventura.
Vós que trazeis por dentro
de cada gesto
uma cansada humilhação
deixai falar na vossa voz a voz do vento
Nada que justifique qualquer comentário...
Uma apresentação de candidatura Presidencial…
E Depois?
Era suposto o povo estar numa enorme expectativa mas os media estragaram tudo.
Já não houve surpresa.
Não houve o habitual clima criado pelo famoso tabu!
Assim, nada melhor que um momento de poesia:
Abaixo el-rei Sebastião
É preciso enterrar el-rei Sebastião
é preciso dizer a toda a gente
que o Desejado já não pode vir.
É preciso quebrar na ideia e na canção
a guitarra fantástica e doente
que alguém trouxe de Alcácer Quibir.
Eu digo que está morto.
Deixai em paz el-rei Sebastião
deixai-o no desastre e na loucura.
Sem precisarmos de sair o porto
temos aqui à mão a terra da aventura.
Vós que trazeis por dentro
de cada gesto
uma cansada humilhação
deixai falar na vossa voz a voz do vento
cantai em tom de grito e de protesto
matai dentro de vós el-rei Sebastião.
Quem vai tocar a rebate
os sinos de Portugal?
Poeta: é tempo de um punhal
por dentro da canção.
Que é preciso bater em quem nos bate
é preciso enterrar el-rei Sebastião.
Manuel Alegre
matai dentro de vós el-rei Sebastião.
Quem vai tocar a rebate
os sinos de Portugal?
Poeta: é tempo de um punhal
por dentro da canção.
Que é preciso bater em quem nos bate
é preciso enterrar el-rei Sebastião.
Manuel Alegre
quarta-feira, outubro 19, 2005
Serviço Púbico!
Ainda a propósito das autárquicas – e, mais concretamente, acerca de alguma imprensa regional que fez a cobertura do “evento” – vai uma referência aos momentos de autêntica prostituição intelectual a que pudemos assistir um pouco por todo o País.
Trata-se de autênticos exemplos de servilismo e subserviência cobarde (ou, se se quiser, política), capaz de fazer corar de vergonha o lado mais vergonhoso do jornalismo medíocre que também se faz em Portugal.
Em jeito de balanço, dir-se-á que é apenas lamentável o serviço que estes prestam à nossa jovem democracia... outros salientarão as contradições entre este Portugal – o Portugal obscuro e ainda salazarento – e o Portugal Europeu... o Portugal moderno do Séc. XXI.
Concordo!
Em todo o caso, convém não esquecer que este tipo de publicações tem na sua base uma estrutura económica que, há semelhança dos grandes órgãos de comunicação social, sustentam financeiramente estes projectos. Daí que, façam o que fizerem, é problema deles e, obviamente, dos seus leitores.
A questão coloca-se, verdadeiramente, ao nível dos subsídios.
É que, normalmente, a imprensa regional também é contemplada com apoios financeiros, directos ou indirectos, pagos, como é bom lembrar, por todos nós.
Ou seja, já não basta que estas “actividades” representem verdadeiros insultos intelectuais, como (qual cereja em cima do bolo) ainda se paga para isso!!!
Trata-se de um verdadeiro “Serviço Público”, dirão uns...
Um quê? – pergunto eu – serviço púbico?
Trata-se de autênticos exemplos de servilismo e subserviência cobarde (ou, se se quiser, política), capaz de fazer corar de vergonha o lado mais vergonhoso do jornalismo medíocre que também se faz em Portugal.
Em jeito de balanço, dir-se-á que é apenas lamentável o serviço que estes prestam à nossa jovem democracia... outros salientarão as contradições entre este Portugal – o Portugal obscuro e ainda salazarento – e o Portugal Europeu... o Portugal moderno do Séc. XXI.
Concordo!
Em todo o caso, convém não esquecer que este tipo de publicações tem na sua base uma estrutura económica que, há semelhança dos grandes órgãos de comunicação social, sustentam financeiramente estes projectos. Daí que, façam o que fizerem, é problema deles e, obviamente, dos seus leitores.
A questão coloca-se, verdadeiramente, ao nível dos subsídios.
É que, normalmente, a imprensa regional também é contemplada com apoios financeiros, directos ou indirectos, pagos, como é bom lembrar, por todos nós.
Ou seja, já não basta que estas “actividades” representem verdadeiros insultos intelectuais, como (qual cereja em cima do bolo) ainda se paga para isso!!!
Trata-se de um verdadeiro “Serviço Público”, dirão uns...
Um quê? – pergunto eu – serviço púbico?
quarta-feira, outubro 12, 2005
Futebol
Acho o fenómeno do futebol algo de verdadeiramente fascinante. A pessoa nasce Benfiquista, Sportinguista ou qualquer outra coisa terminada em “ista” e interioriza esse quid, como o corpo interioriza a vida. Mesmo nesta época altamente dominada pela ciência e pela razão, o “nosso” clube é talvez o único dogma que se aceita incondicionalmente sem se contestar... nem o destino – algo tão caro aos portugueses – consegue gozar de tamanha condescendência.
Defende-se o clube como se defende a própria vida. A humilhação do clube é sinónimo da humilhação do “eu”...
(aliás, poderá alguém estabelecer a linha que separa o “eu” do clube?)
Pode-se trocar de carro, de casa, de família, de nome e, até, de personalidade... nunca se troca de clube!!!
E, no entanto, a frieza da realidade diz-nos que estamos tão só no plano do lúdico... do passatempo... tudo não passa de uma sucessão de... jogos!
Quero dizer, perder este ou ganhar aquele, não altera em nada a qualidade de vida das pessoas... nem mesmo dos seus adeptos!
Ainda assim, quando “o” clube ganha é a completa esteria... é a alegria materializada que se derrama esbanjadamente nas ruas ...
... Fantástico!
E a Política? Pela lógica, esta é que deveria ser como o futebol. Por questões de princípio e coerência, um Socialista deveria poder dizer-se Socialista toda a vida. Quem abraça a Social-democracia como melhor modelo político e social deveria poder “defendê-lo” ao longo da vida. E o mesmo para os outros partidos. Aqui, pela lógica, não deveria haver lugar para “vira-casacas”.
Mas como? Será possível?
Como é que pode, um Socialista, manter-se fiel quando o seu partido, contra todos os valor Humanistas que sempre defendeu, aplica um programa ostensivamente liberal?
Como é que fica a situação de um Social-democrata ou mesmo de um Popular, ao constatar a efícácia com que o PS aplica e concretiza aquilo que ele não conseguiu fazer passar de um mero e longínquo desiderato?
Será que a coerência está nos vira-casacas?
Defende-se o clube como se defende a própria vida. A humilhação do clube é sinónimo da humilhação do “eu”...
(aliás, poderá alguém estabelecer a linha que separa o “eu” do clube?)
Pode-se trocar de carro, de casa, de família, de nome e, até, de personalidade... nunca se troca de clube!!!
E, no entanto, a frieza da realidade diz-nos que estamos tão só no plano do lúdico... do passatempo... tudo não passa de uma sucessão de... jogos!
Quero dizer, perder este ou ganhar aquele, não altera em nada a qualidade de vida das pessoas... nem mesmo dos seus adeptos!
Ainda assim, quando “o” clube ganha é a completa esteria... é a alegria materializada que se derrama esbanjadamente nas ruas ...
... Fantástico!
E a Política? Pela lógica, esta é que deveria ser como o futebol. Por questões de princípio e coerência, um Socialista deveria poder dizer-se Socialista toda a vida. Quem abraça a Social-democracia como melhor modelo político e social deveria poder “defendê-lo” ao longo da vida. E o mesmo para os outros partidos. Aqui, pela lógica, não deveria haver lugar para “vira-casacas”.
Mas como? Será possível?
Como é que pode, um Socialista, manter-se fiel quando o seu partido, contra todos os valor Humanistas que sempre defendeu, aplica um programa ostensivamente liberal?
Como é que fica a situação de um Social-democrata ou mesmo de um Popular, ao constatar a efícácia com que o PS aplica e concretiza aquilo que ele não conseguiu fazer passar de um mero e longínquo desiderato?
Será que a coerência está nos vira-casacas?
Parabéns!
Parabéns!
Lá se passou mais um acto eleitoral e, pode dizer-se, tudo correu bem.
O debate processou-se com elevação, independentemente dos ataques pessoais, das estratégias de vitimização, das rasteiras mesquinhas e de certos meios de comunicação social (nomeadamente a regional) terem dado exemplos de autêntica perversão intelectual.
Teoricamente, ganharam os melhores... quer dizer, na verdade ganhou a Fátima, o Valentim o Isaltino, o Rio no clube dos mediáticos, mas também o Encarnação, o Soares Marques...
A abstenção atingiu os valores que se viram... no entanto a participação pode considerar-se um autentico sucesso se o prisma de observação tiver em consideração a credibilidade da classe política.
Enfim, estamos todos de parabéns.
Parabéns por tudo isto mas, principalmente, porque conseguimos acreditar que tudo correu bem!
Lá se passou mais um acto eleitoral e, pode dizer-se, tudo correu bem.
O debate processou-se com elevação, independentemente dos ataques pessoais, das estratégias de vitimização, das rasteiras mesquinhas e de certos meios de comunicação social (nomeadamente a regional) terem dado exemplos de autêntica perversão intelectual.
Teoricamente, ganharam os melhores... quer dizer, na verdade ganhou a Fátima, o Valentim o Isaltino, o Rio no clube dos mediáticos, mas também o Encarnação, o Soares Marques...
A abstenção atingiu os valores que se viram... no entanto a participação pode considerar-se um autentico sucesso se o prisma de observação tiver em consideração a credibilidade da classe política.
Enfim, estamos todos de parabéns.
Parabéns por tudo isto mas, principalmente, porque conseguimos acreditar que tudo correu bem!
quinta-feira, outubro 06, 2005
A Coisa...
Veio, o Sr. Presidente, defender a inversão do ónus da prova em matéria fiscal. Ou seja, quem ostenta sinais exteriores de riqueza e apresenta declarações fiscais de indigência, passa a ter de fazer prova da origem dos seus rendimentos.
A coisa, no plano dos princípios é irrepreensível e, por isso, o povo aplaudiu.
Esqueceu, o Sr. Presidente, o outro plano... plano da aplicação da coisa. É que (pormenor) o fisco não é pessoa de bem. Não está muito motivado para pautar a sua actuação de acordo com essa coisa a que se dá o nome de Direito e, quando não há alternativa, faz as sua próprias (e muito peculiares) interpretações legais. É, no fundo, a versão adaptada de “Se Maomé não vai à montanha”... que é como quem diz, “se o direito não se adapta à nossa interpretação, interpretamos nós o nosso Direito!”
Por isso, parece-me, escusa o povo de bater palmas.
É que só consegue fazer frente ao fisco quem tem dinheiro para pagar a excelentes juristas...
Caso a proposta avance, é natural que o fisco queira apresentar resultados que justifiquem tal limitação na esfera jurídica dos cidadãos.
Pode o povo pagar a excelentes juristas?... Preparem-se!
A coisa, no plano dos princípios é irrepreensível e, por isso, o povo aplaudiu.
Esqueceu, o Sr. Presidente, o outro plano... plano da aplicação da coisa. É que (pormenor) o fisco não é pessoa de bem. Não está muito motivado para pautar a sua actuação de acordo com essa coisa a que se dá o nome de Direito e, quando não há alternativa, faz as sua próprias (e muito peculiares) interpretações legais. É, no fundo, a versão adaptada de “Se Maomé não vai à montanha”... que é como quem diz, “se o direito não se adapta à nossa interpretação, interpretamos nós o nosso Direito!”
Por isso, parece-me, escusa o povo de bater palmas.
É que só consegue fazer frente ao fisco quem tem dinheiro para pagar a excelentes juristas...
Caso a proposta avance, é natural que o fisco queira apresentar resultados que justifiquem tal limitação na esfera jurídica dos cidadãos.
Pode o povo pagar a excelentes juristas?... Preparem-se!
Vá para fora...
Gosto de viajar! Tenho pena de não ter oportunidade para sair por este País, ao encontro desses lugares únicos, normalmente fora dos “roteiros turísticos”. A imagem que representa o “Portugal Típico” é, normalmente, acompanhada por boa gastronomia regional, paisagens maravilhosas porque simples e gentes normalmente simpáticas.
No entanto, basta “viajarmos” um pouco pelo Portugal Autárquico, agora que o momento é propício, para deixarmos cair este retrato paradisíaco.
O típico, pitoresco, sóbrio, simples, honesto Portugal dá lugar a uma ruralidade altamente marcada pelo (ainda) estigma salazarento.
O caciquismo, a brutalidade e boçalidade o vale-tudo, a razão da força em vez da força da razão, são ainda e apenas a rotina no que respeita às autarquias.
O elemento que melhor devia espelhar o poder da democracia – porque eleitos e eleitores estão mais próximos – na verdade limita-se a ser precisamente a antítese disso mesmo. A amplificar os seus defeitos.
Viajar pela política autárquica, nomeadamente através dos blogs temáticos, é uma boa terapia para quem não quer ou não pode viajar.
Fiquemos em casa!
No entanto, basta “viajarmos” um pouco pelo Portugal Autárquico, agora que o momento é propício, para deixarmos cair este retrato paradisíaco.
O típico, pitoresco, sóbrio, simples, honesto Portugal dá lugar a uma ruralidade altamente marcada pelo (ainda) estigma salazarento.
O caciquismo, a brutalidade e boçalidade o vale-tudo, a razão da força em vez da força da razão, são ainda e apenas a rotina no que respeita às autarquias.
O elemento que melhor devia espelhar o poder da democracia – porque eleitos e eleitores estão mais próximos – na verdade limita-se a ser precisamente a antítese disso mesmo. A amplificar os seus defeitos.
Viajar pela política autárquica, nomeadamente através dos blogs temáticos, é uma boa terapia para quem não quer ou não pode viajar.
Fiquemos em casa!
quarta-feira, outubro 05, 2005
Viva a República
Viva a República!
Por todos os motivos... por aquilo que temos, e por aquilo que não temos!
Porque graças à República, não temos um Rei... não temos (tantos) Monárquicos nem Nunos da Câmara Pereira... não temos as oficiais côrtes e consequentes beneficiários... não temos tantas revistas cor-de-rosa e publicações afins!
Por outro lado temos um Presidente... temos presidenciais e presidenciáveis... temos candidatos oficiais, não oficiais e candidatos tabús... temos o frenesim jornalístico que finge estar na expectativa de saber se determinado D. Sebastião... avança ou não!
Viva a República por tudo isto mas principalmente porque...
...hoje é feriado!
Por todos os motivos... por aquilo que temos, e por aquilo que não temos!
Porque graças à República, não temos um Rei... não temos (tantos) Monárquicos nem Nunos da Câmara Pereira... não temos as oficiais côrtes e consequentes beneficiários... não temos tantas revistas cor-de-rosa e publicações afins!
Por outro lado temos um Presidente... temos presidenciais e presidenciáveis... temos candidatos oficiais, não oficiais e candidatos tabús... temos o frenesim jornalístico que finge estar na expectativa de saber se determinado D. Sebastião... avança ou não!
Viva a República por tudo isto mas principalmente porque...
...hoje é feriado!
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