Bem, vamos lá esclarecer uma coisa!
Na verdade não gosto de Sócrates nem do seu governo. Não gosto de ser enganado. Não gosto de fraudes muito menos mega-fraudes. Vota-se num partido de esquerda e depois sai-nos isto! Enfim, para esquecer!.
Dito isto, não significa que esteja desejoso por ver estes tipos no seu lugar... isto é, na rua!
E porquê?
Fácil. Basta fazer uma pequena retrospectiva. Vejamos:
Nem tudo eram rosas, é claro! O IVA custava 17%. Havia reformas na Administração Pública, apesar de serem ouvidos os envolvidos. Um dia, o combustível subiu 5 escudos e houve um buzinão, lembram-se?
Depois, não se conseguiram decidir quanto à taxa de alcoolemia e, por causa disso, perderam as eleições seguintes (autárquicas, por sinal) e o governo caiu.
Veio a seguir um tipo Durão que nos disse que o país estava de tanga. Apertámos o cinto! Vivemos pior. Os funcionários privados passaram a odiar os públicos. Vieram as receitas ordinárias. Depois as extraordinárias. Vendemos património ao desbarato. Alguns enriqueceram e muitos (eu incluído) empobreceram numa relação directa de causa efeito. O IVA passou para 19% com fortes críticas do Partido Socialista (!). Nas escolas passou a haver exames nacionais e provas de aferição com fortes críticas do Partido Socialista (!!!).
Obviamente que entrámos em depressão. Passámos a comprar livros do Daniel Sampaio e a ouvir o Eduardo Sá (?!?). Entretanto, qual dádiva recebida do céu, chegou O convite e todos entoámos em coro: Halleluija!
A seguir (e provavelmente por recomendação médica) tivemos um momento de humor para dar uma pausa a tamanha depressão. Entrou em cena Santana Lopes e aquilo foi, que se costuma dizer, só rir. Quem resiste a uma espontânea gargalhada quando vem à memória a Ministra da Educação, Maria do Carmo Seabra?
Ainda assim, é justo que se diga que Santana tinha um plano sério para Portugal: Aplicar a chamada “Estratégia-Figueira”. Ou seja, transformar literalmente o País num Oásis... isto é, o Oásis da Figueira da Foz estendido a todo o “planeta” nacional.
Depois tivemos "estes"...
Depois disto é fácil prever o futuro! Os próximos serão, certamente, muito pior.
Perceberam agora?
Na verdade não gosto de Sócrates nem do seu governo. Não gosto de ser enganado. Não gosto de fraudes muito menos mega-fraudes. Vota-se num partido de esquerda e depois sai-nos isto! Enfim, para esquecer!.
Dito isto, não significa que esteja desejoso por ver estes tipos no seu lugar... isto é, na rua!
E porquê?
Fácil. Basta fazer uma pequena retrospectiva. Vejamos:
Em 1995 chegou António Guterres. Com ele tivemos prosperidade. Os funcionários públicos viviam bem e os privados melhor ainda. Vendiam-se andares, carros, férias, computadores... enfim, vendia-se muito e comprava-se mais! Havia pleno emprego! Houve a Expo e, por momentos, fizemos pirraça aos espanhóis com o nosso mais-que-motivado orgulho!
Com isto conseguiu-se reduzir o défice que vinha do tempo de Cavaco, ficando-se, segundo a oposição, pelos "inaceitáveis" 4% Nem tudo eram rosas, é claro! O IVA custava 17%. Havia reformas na Administração Pública, apesar de serem ouvidos os envolvidos. Um dia, o combustível subiu 5 escudos e houve um buzinão, lembram-se?
Depois, não se conseguiram decidir quanto à taxa de alcoolemia e, por causa disso, perderam as eleições seguintes (autárquicas, por sinal) e o governo caiu.
Veio a seguir um tipo Durão que nos disse que o país estava de tanga. Apertámos o cinto! Vivemos pior. Os funcionários privados passaram a odiar os públicos. Vieram as receitas ordinárias. Depois as extraordinárias. Vendemos património ao desbarato. Alguns enriqueceram e muitos (eu incluído) empobreceram numa relação directa de causa efeito. O IVA passou para 19% com fortes críticas do Partido Socialista (!). Nas escolas passou a haver exames nacionais e provas de aferição com fortes críticas do Partido Socialista (!!!).
Obviamente que entrámos em depressão. Passámos a comprar livros do Daniel Sampaio e a ouvir o Eduardo Sá (?!?). Entretanto, qual dádiva recebida do céu, chegou O convite e todos entoámos em coro: Halleluija!
A seguir (e provavelmente por recomendação médica) tivemos um momento de humor para dar uma pausa a tamanha depressão. Entrou em cena Santana Lopes e aquilo foi, que se costuma dizer, só rir. Quem resiste a uma espontânea gargalhada quando vem à memória a Ministra da Educação, Maria do Carmo Seabra?
Ainda assim, é justo que se diga que Santana tinha um plano sério para Portugal: Aplicar a chamada “Estratégia-Figueira”. Ou seja, transformar literalmente o País num Oásis... isto é, o Oásis da Figueira da Foz estendido a todo o “planeta” nacional.
Depois tivemos "estes"...
...
...enfim, sem palavras.
Depois disto é fácil prever o futuro! Os próximos serão, certamente, muito pior.
Perceberam agora?
16 comentários:
O que mais nos espera ainda?É caso para dizer basta e fazer greve às próximas eleições!
"Explicação" clara como a água!
;-)
Não obstante, quem manda ter acreditado que o PS é um "partido de esquerda"??!
Panus et circus.
Pelos vistos governo que lhe dê isso é que é bom.
Voltarei ao tema que hoje estou aflito de tempo.
Meu caro blogoexisto,
Tenho Guterres na conta de ser uma excelente pessoa. Bem formado, generoso, preocupado com os "males do mundo".Alguém que é bom ter como amigo pessoal.
E por isso "enquadrou" na Função publica milhares de funcionários que ainda não estavam no quadro - e obrigou às receitas extraordinárias dos governos de direita a seguir e agora ao regime da "mobilidade".
Deu incentivos a empresários estrangeiros para se instalarem em Portugal - regra geral bonificações na segurança social durante 3 anos. Instalaram-se em Portugal, ou seja, no espaço europeu, empresas de mão-de-obra barata que só davam lucro por causa das bonificações nos encargos sociais e nos subsídios a fundo perdido para instalação ( e recorde-se que na época, o acesso ao espaço europeu ainda tinha entraves. O Gatt não estava completamente negociado.) E agora essas empresas fecharam, esgotado o ciclo para o qual foram estruturadas, deixando os trabalhadores no desemprego. E, curiosamente, estes trabalhadores que pouco descontaram para a SSocial - por causa do regime de isenções ou bonificações - são agora os directos beneficiários do subsídio de desemprego para o qual pouco descontaram.
Entre a despesa social actual, os subsídios de instalação recebidos por essas empresas e as bonificações para a segurança social, é capaz de calcular quanto custou ao país cada posto de trabalho daqueles criado por Guterres ? Não passou de trabalho precário,só viável por ter sido altamente subsidiado. Tudo numa altura em que os espanhóis reestruturaram a sua economia atingindo desemprego na casa dos 20%. Mas diga lá quem está melhor agora. Se nós com a saudade do "pleno emprego" de Guterres ou se os espanhóis...
O combustível era subsidiado na era Guterres pelos nossos impostos. Para ajudar a economia. Mas cada moço, filho de boa família, que ia para a faculdade de carro ou para a discoteca à noite também beneficiava do subsídio de combustível pago por mim e por si. Justo este subsídio ?
Mais, o desvirtuamento no preço desta energia fez com que as alternativas produtivas ou de consumo tivessem sido adiadas, pois se o combustível era barato, para quê mudar hábitos ou métodos ?
E enquanto os países nossos concorrentes lidavam com ma energia a preço de mercado alterando métodos produtivos em conformidade, nós continuámos sem alterações, pois delas não carecíamos. Inteligente este subsídio de combustível ?
E repare que até a Quercus entende que os consumos energéticos podem ser alterados através de uma política de preços. Por isso o "preço" já não é o "papão" neoliberal de condicionamento da economia. É apenas o natural instrumento.
Nos subsídios sociais - princípio por demais justo - aconteceu que jovens desempregados que não estavam para ir trabalhar para as obras - e por isso a necessidade de tanto emigrante para esse mercado de trabalho - acabassem por receber mensalmente mais de subsídio do que um reformado que trabalhara 40 e mais anos. Justo este subsídio para jovens saudáveis que preferiam receber 80 do que 100 a trabalhar ?
E pelo "rendimento mínimo" não faltou quem mandasse vir da terra as crianças da família para as declarar em agregado familiar. Havia em Chelas e Lumiar famílias que de repente ficaram com 8 e mais crianças o que, tudo junto, atingia mais de 200 contos mensais de subsídio social. Houve bébés declarados no registo civil mais do que uma vez para se obter uma cédula que desse direito a subsídio em duas ou mais famílias diferentes.
Ou seja, Guterres é optimo para aquilo que ele está a fazer actualmente. Ajudar os pobres e famintos com o dinheiro dos ricos.
Mas para governar o país, desculpar-me-á, mas grande parte dos problemas actuais devem-se ao facto de ele ter sido o primeiro ministro mais bem intencionado, mas simultaneamente o mais ingénuo que tivémos desde sempre.
Mas numa coisa, Guterres foi de uma coragem exemplar e de um desapego ao poder louvável: quando percebeu que o país estava descontrolado, devolveu aos eleitores a solução.
Por isto, e muito mais, não estou de acordo consigo.Para distribuir riqueza é preciso que ela haja.
E cada vez há menos. Por isso Socrates não está a distribuir o que se propunha. É que Guterres foi o primeiro a gastar à tripa-forra.
Desculpe, mas louvar a era económica Guterres sem considerar o enquadramnento e a herança, é um exercício intelectual muito incompleto e deveras simplista.
Governo bom não é aquele que ditribui "pão e circo" como faziam os imperadores para conquistar as boas graças do povo de Roma. Bom governo é aquele que reduz os gastos e proporciona um aumento das receitas. Porque só quando umas chagarem para as outras, todos nós poderemos viver sem apreensão pelo amanhã.
Bem... é quase isso não se desse o caso de alguns factos precisarem de ser contextualizados, mas hoje não tenho tempo. Vou estar por "fora" apesar de cá dentro. Provavelmente só amanhã à noite é que posso voltar a "blogar"... até lá!
Só mais uma que ontem esqueci-me: na altura do combustível subsidiado, os camionistas espanhóis vinham atestar os depósitos dos Tirs á conta dos impostos dos portugueses. Ou seja, os nossos impostos andaram a subsidiar a economia de transportes espanhola.
E não há paralelismo com a situação actual, pois os combustíveis espanhóis estão mais baratos apenas porque o estado espanhol não cobra tantos impostos. É uma opção deles. Venderem a portugueses ou a espanhóis para eles é igual ao litro. Mas no tempo de Guterres era o nosso IRS que ia subsidiar o baixo preço dos combustíveis de que beneficiavam os camionistas estrangeiros. Não era o ISPP que era mais barato. Existiam subsídios ao preço entregues directamente às petrolíferas, para compensar o não aumento a que elas seriam obrigadas pelas leis do mercado.
Carneiro:
Bom, vamos lá ver então se consigo situar alguns factos cujo único problema é, parece, estarem um pouco descontextualizados.
Para facilitar, veja lá se posso sintetizar o seu raciocínio nos seguintes pontos:
1. Coloca Espanha como ponto de comparação com Portugal (responsabilizando os respectivos líderes) para demonstrar que o desenvolvimento ESTRUTURAL da sociedade (por via da consolidação económica) foi correctamente implementada em Espanha ao contrário de Portugal;
2. Como exemplo do que se afirma no ponto anterior, refere o emprego precários conseguido à conta dos benefícios (fiscais e outros) atribuídos a empresas para se colocarem em Portugal, empresas que, por força das “leis do mercado” e da globalização, abandonaram o País para procurarem outras condições mais favoráveis;
3. Do emprego não precário sobra o funcionalismo público que, segundo afirma, foi engrossado por Guterres;
4. Refere, também, o subsídio atribuído aos combustíveis, factor que desvirtuou as leis do mercado, da ecologia (socorrendo-se da posição da quercus), do “orçamento de estado” e, finalmente, como elemento inviabilizador da descoberta de alternativas para a nossa dependência energética;
5. Finalmente, destaca as consequências nefastas para a sociedade e para a economia portuguesa por força da imoralidade decorrente da atribuição do rendimento mínimo.
Vou partir do princípio que aceita esta base como síntese do que referiu. Vejamos então:
- quanto ao ponto 1. concordo inteiramente que a comparação com Espanha é adequada (as condições sociais eram semelhantes) e com a atribuição das responsabilidades (para o bem ou para o mal) aos respectivos líderes pela situação em que os ambos os países se encontram hoje. Sucede, porém, que na história recente de Portugal há apenas dois momentos decisivos: o 25 de Abril (pela abertura à democracia) e a adesão à CEE (pela abertura à modernidade). Nada houve no “consulado” de Guterres que se possa considerar como elemento fundador de uma nova estrutura social. Ora, sendo a CEE uma oportunidade única de re-estruturarmos a sociedade (a todos os níveis) importa agora seguirmos o raciocínio que propôs: quem era o líder em Portugal? Cavaco Silva! Quem era o líder em Espanha? Filipe Gonzalez! (não acredita que fosse agora na fase final o Aznar que tivesse a sorte ou o “aznar” de alterar o rumo definido inicialmente, pois não?) Pois bem, em Portugal, Cavaco, no seu tempo de primeiro ministro, teve de optar por um de dois caminhas: desenvolver Portugal, ou promover-se a si por intermédio do Partido. Optou (para mal de todos nós e para bem dele, porque o conseguiu com eficácia) pelo segundo (basta lembrar que as políticas obedeciam aos ciclos eleitorais com inaugurações à pressa que custavam milhões em horas extraordinárias). As responsabilidades aumentam, se pensarmos que Cavaco governou com duas Maiorias Absolutas enquanto Guterres apenas pôde contar com a oposição (irresponsável, diga-se) sistemática às suas políticas. E no final? O que aconteceu? Bom, quando acabou o prémio do Euromilhões (isto é, os fundos da Europa) qual foi a solução de Cavaco? Polícia de Choque na rua. Tivemos o Dias Loureiro sozinho contra toda a população portuguesa que espontaneamente correu com estes artista para a rua. Cavaco, não fugiu (quem fugiu foi Guterres) Cavaco “estrategicamente” retirou-se... ele que sempre dizia que governava a contar com o veredicto dos Portugueses, não aceitou ira a eleições (importa notar que não foi o partido que o recusou). Teria sido interessante saber qual era “maioria” que conseguiria já na fase das vacas magras. Em suma, com isto tudo desperdiçou-se uma excelente oportunidade e saiu com um défice miserável e a sociedade a ferro e fogo. Seria preciso Guterres para a pacificar.
- Quanto ao ponto seguinte, e por que há uma estreita ligação com o anterior, houve de facto em Portugal um período em que a economia sobreviveu à custa dos mal-empregados... isto é, uma taxa de emprego fictícia que não correspondia à realidade. Esses “mal-empregados” eram os “formandos” que à conta da suposta modernização e qualificação do trabalho em Portugal acabou por se converter numa estratégia para uns quantos enriquecerem. Até a UGT (segundo parece) aproveitou para molhar a sopa. Houve fiscalização? Não! Alguém foi responsabilizado? Não! Conclusão, lá se foi a oportunidade de qualificar a mão de obra. E se tal qualificação existisse, talvez não fosse necessário enveredar por uma indústria assente na mão de obra barata. Contudo, a oportunidade foi perdida e (desculpe que lhe diga) não foi no tempo de Guterres. Com ele, a política que foi seguida foi a de cativar investimento criando postos de trabalho. A deslocalização é um factor diferente que merece uma discussão própria. Não foi por causa dos incentivos que essas empresas agora vão embora. Há empresas que agora saiem e não tiveram na sua base os incentivos, assim como nem todas as que vieram à conta dos incentivos acabaram por sair. Quanto aos trabalhadores que nessa altura conseguiram emprego e agora beneficiam da Segurança Social... bom! Trata-se de pessoas. Se durante um determinado período conseguiram emprego, sempre foi melhor do que se tivessem sido desempregadas toda a vida. Se hoje perderam esse emprego, é, em muitos casos, uma questão de falta de sorte. São pessoas que não tiveram oportunidade de ter uma vida melhor. Nem sequer dependia delas. Tiveram azar! Deve o estado abandoná-las? Entendo que não. Entendo que é obrigação das sociedades civilizadas criar um mecanismo de inserção. Não concordo nada com a “mão invisível” lá do Mr Smith! A sociedade não se auto-regula e nem todos os cidadão têm as mesmas oportunidades.
- Sobre o ponto três importa precisar o seguinte: houve um período em que a administração pública cresceu assustadoramente com duplicação de organismos numa tentativa de servir clientelas (mais ou menos semelhante ao que se passa hoje na Madeira). Transformou-se naquilo a que recentemente (e de forma oportuna) Cavaco apelidou de Monstro. Monstro que, nas palavras de Cadilhe (insuspeito, portanto) teria um Pai: o Pai Cavaco! É evidente que para sustentar esse monstro utilizaram-se recursos humanos. O estado serviu-se deles. Sucede que as pessoas, não são máquinas... devem ser respeitadas como tal. Têm vida e têm família. A política da chiclete (mastiga e deita fora) não me parece eticamente correcta. Como sabe, por exemplo na educação havia pessoas que leccionavam há 18 anos e continuavam contratadas... sem direito a subsídio de desemprego nem nada. (nas empresas privadas a legislação da altura impedia que os patrões abusassem deste recurso por período superior e três anos mas o Ministério da Educação sentia-se superior a isso). Ora isto era um abuso e era indigno de uma sociedade civilizada. O que Guterres fez (e bem) foi dar dignidade a estes trabalhadores que dedicaram a sua vida ao estado recebendo em troca precariedade. Quanto aos trabalhadores a mais na função pública, eles só existem porque o Estado se está a demitir cada vez mais das suas funções atribuindo-as a privados com base no pressuposto de que os privados fazem melhor que o estado. Contudo tal pressuposto não está provado. Um exemplo: o actual programa de Inglês no 1.º Ciclo. O estado não permitiu que fossem as escolas a assegurar porque saía mais caro. Deu oportunidade aos privados através de parcerias. Já ouviu alguma avaliação a esse programa? Não! Sabe porquê? Porque está a ser um fiasco. Como? De facto os miúdos estão entretidos até às 5:30h nas escolas mas a nível das aprendizagens está a ser problemático. Os monitores são jovens muitas vezes apenas com o curso da casa da Inglaterra sem formação pedagógica que ensinam os 3.º e 4.º anos como se estivessem a falar para alunos do 6.º ou 7.º. Agora, os objectivos estão cumprido... os alunos estão entretidos até à 5:30 e o estado gasta pouco dinheiro. Saber se os alunos aprendem alguma coisa... é coisa que não interessa!
- Quanto à questão do subsídio aos combustíveis (e não obstante a adenda que acrescentou) importa clarificar aqui alguns conceitos: por exemplo, se um agricultou apenas consegue colocar no mercado o leite a 55 cêntimos mas o estado acha que deve ser vendido só a 50 cêntimos, então comparticipa-o em 5 cêntimos. Estes 5 cêntimos são um SUBSÍDIO. Ora, para ter existido subsídio aos combustíveis, era necessário que o preço base (mesmo depois de refinado o crude) fosse superior ao preço de venda. Ora, na altura (não posso precisar) penso que o combustível saía a certa de 37 escudos o litro! Lembra-se de alguma vez o ter pago a esse preço? Ou, por força do subsídio, a preço inferior? Bom, se sim, teve mais sorte do que eu. Na verdade, nunca existiu subsídio porque o Imposto era (muito) superior. Este argumento (magnífico enquanto argumento mas sem qualquer enquadramento) era repetido todas as manhãs no rádio pelo Rosado de Carvalho e pelo Perez Metelo... tanto repetiram que acabou por ser interiorizado na população. No entanto, não é correcto chamarmos a um “imposto” “subsídio”... é que qualquer dia corremos o risco de chamar impostos (e sacrifícios) às reformas e subsídios multimiliorários que aqueles senhores da Galp e Institutos afins recebem e acumulam mensalmente. Ainda acabamos por lhes prestar homenagem ao esforço que fazem em receber esses fundos (legais mas ilegítimos). Já agora, porque é que em Espanha o combustível é mais barato? Será que os árabes gostam mais deles e lhes fazem um descontinho? Ou será que a carga de impostos é diferente? Então, a ser assim, lá estão os espanhóis a contribuir para o nosso Orçamento uma vez que os camionistas e demais população raiana vai lá fazer o necessário carregamento.
- Quanto à parte da ecologia, tem, de facto, sido referido que o baixo preço do petróleo tem inviabilizado uma solução alternativa... mas penso que isso é uma tarefa à escala global e não se pode esperar que seja um país como Portugal (e muito menos Guterres) a descobrir a “pólvora” do futuro. No entanto, registo com agrado a sintonia com a Quercus no que se refere às preocupações ambientais. É bom saber que podemos contar com mais um “apoiante” quando for necessário combater a instalação de centrais nucleares em Portugal.
- Último ponto (ufa!!! Até eu que estou a escrever, estou cansado... imagino quem está a ler) concordo que nem tudo funcionou bem na atribuição do RM. Mas, ainda assim noto que quando uma coisa não funciona bem aqui em casa mando-a a arranjar. A solução não é, em regra, acabar com ela. O princípio está, em si mesmo, correcto. É justo. Parece-me mais do que justo existir um prestação solidária da sociedade para com quem teve azar na vida. Se há pessoas que, à conta disso recusam emprego, pois que seja retirado imediatamente. Mais, defendo, por exemplo, que em certos casos tal atribuição devia depender do acompanhamento que os pais fazem da vida escolar dos seu filhos. Por isso, repito, o princípio era justo não obstante existir a necessidade de “afinar” a máquina. Penso que o que mais perturbou algumas comunidades foi quando o ti Zé Manel aparecia lá na aldeia com a Scooter nova “patrocinada” pelo RM... isso deixava as pessoas completamente iradas. Ainda assim, esses desvios não significavam nada para o Orçamento quando comparadas com o prejuízo de milhões causado pela venda à última hora de património para as receitas extraordinárias... ou com o negócio da venda da rede de antenas da RTP... ou, por exemplo. Ou mesmo, com o facto de eu (um pobre que ganha pouco) pagar mais impostos (proporcionalmente, é claro) do que o BCP e restante banca; ou, por exemplo, eu ser obrigado a pagar mais valias e o Sr. Belmiro não. Pois, mas... “isso, tem que ser pois caso contrário eles vão-se embora”! Então qual é a diferença entre este regime actual que beneficia os grandes e os do tempo do Guterres que deu emprego a tanta gente humilde? Por outro lado, até posso aceitar que tenha de ser assim... só me chateia estarem sempre a falar que o as políticas fiscais visam o princípio da JUSTIÇA fiscal... vão passear!
Dito isto concluo que nem gosto muito de pão nem de circo. Não gosto nada de pão quando vejo que outros me estão a comer os meus bolos. Gosto menos de circo quando me querem colocar a no centro da arena a fazer de palhaço no meio das feras para gáudio de uns quantos senhores imperadores!
E agora, depois disto vou ver se ainda tenho tempo de zupar um bocadinho na ministra da educação que só faz disparates... para infelicidade dos professores, é claro, mas para grave prejuízo dos alunos e respectivas famílias.
Cumprimentos
Se entendi o seu "post" as coisas so tem piorado cada vez que novo governo entra, tambem creio que tem razao.
Portanto so nos resta uma alternativa, irmos a Santa Cona (queria dizer Comba) Dao, rezar a campa do Antonio das botas, e pedir-lhe senao fosse muito incomodo se podia ressuscitar, para reger este canto da Europa.
Blogoexisto,
Obrigado pelo tempo que gastou comigo.
A sua análise parte de pressupostos partidários. Uns são os correctos, outros os alarves. Se bem que aqui e ali reconheça um defeitozito para o lado do PS. Por isso o método de análise não é igual ao meu.Pois meto todos no mesmo saco, nas virtudes ou nos defeitos.
Alguns factos objectivos que não são matéria de opinião:
1. Guterres deixou entrar no quadro da função pública cerca de 150 mil funcionários - a consequencia traduz-se em ser mais difícil actualmente dispensar esses funcionários. ( e toda a gente sabe que terão de ser dispensados, não exactamente aqueles funcionários, mas mais de 100 mil)
2. Guterres subsidiou, efectivamente, as petrolíferas, para que o preço não disparasse. Subsídio directo, pago em milhões de contos às petrolíferas. Era o nosso IRS que ia parar à Galp. Directamente.
Agora um palpite: o que vai acontecer em termos de movimentações de rua e de polícia de choque no futuro imediato vai transformar em brincadeira o que se passou no tempo do Dias Loureiro.
O Estado social, conforme definido na interpretação que o PS e o PSD fizeram da Constituição, está falido e a culpa é destes dois partidos. E dos Constituintes que não souberam ler a história e consagraram no texto fundamental soluções que uns meros 30 anos evidenciaram ser irrealizáveis e utópicas. E, entretanto, perdemos o tempo de ter realizado o que era factível.
E o PS ainda tem uma culpa acrescida: sempre deu cobertura aos sovieticos nos sindicatos, permitindo que o PC tivesse uma influencia concreta na sociedade manifestamente desproporcionada à força relativa da respectiva representatividade eleitoral.
E só agora que o PS está a ver o que o PC representa em termos de força de bloqueio ao desenvolvimento e à modernidade, é que se nota um afastamento entre o PS e o PC.
E eu costumo perguntar aos meus amigos do PS: como conseguem vocês manter uma conversa minimamente inteligente com alguém que acha que o Zé Estaline foi um gajo porreiro ?
Mas isto está a virar. Tudo.
Você lastima-se, saudoso do temnpo em que se vivia a crédito.
Eu digo: até que enfim.
O problema é exactamente esse: cada novo governo que entra tem como objectivo ressuscitar um bocadinho do António Botas! Desconfio que dentro de 3 novas maiorias absolutistas o homem esteja aí de carne e osso.
Efectivamente parece que chegámos a um impasse. Só gostava de clarificar que se a minha análise fosse partidária estaria aqui a defender o Sócrates! Sou um socialista convicto e acredito que Portugal precisa do PS quer este esteja no governo quer esteja na oposição. No entanto, tal definição ideológica não me obriga a uma posição acrítica... obriga-me, sim, a pensar pela minha cabeça. Por isso, entendo que este não foi o programa que se apresentou e venceu as eleições. Estaria a criticar estas políticas de outra forma se elas tivessem vencido essas eleições. Contudo, não foi isso que aconteceu. E como tal, estamos objectivamente perante uma fraude.
Quanto ao facto de Guterres ter deixado entrar para a função pública 150 000 pessoas, entendo que fez muito bem. O estado precisou e precisava delas. Se agora são dispensáveis é por força da demissão dos deveres do estado para felicidade dos sectores privados;
Quanto aos subsídios aos combustíveis, parece que não nos vamos mesmo entender. Só gostava de deixar aqui um exercício meramente académico: tomemos por exemplo dois cidadãos: o Alberto (A) e o Bernardo (B). Vamos situá-los no tempo dos tais subsídio. Então, em determinado Domingo o Cidadão A decide pegar na esposa e nos filhos e dar uma volta de carro (opta-se por este exemplo porque para muito boa gente, andar de carro ainda significa ir sempre e só em passeio) acabando por gastar 50 litros de gasolina; o cidadão B decide ficar todo o Santo Domingo em casa a ver a SIC (não vamos apreciar aqui a opção do ponto de vista ecológico... apenas o aspecto económico). Pergunto: no final do dia qual dos dois contribuiu ou delapidou mais o Orçamento?
Outro exemplo: por hipótese (também académica), se nessa altura os cidadão decidissem (e pudessem) parar todos os veículos de modo a que não se consumisse uma gota de combustível durante uma semana, como é que ficavam os cofres do Estado no final dessa semana: mais ricos ou mais pobres?
Quanto à representatividade dos partidos e das responsabilidades que têm na condução dos destinos do País só me ocorre o exemplo do CDS/PP. Vale aquilo que vale e no entanto já esteve, pelo menos por três vezes no governo. A última vez, então, foi escandaloso... teve menos de uma dúzia de votos (em termos percentuais) e no entanto ocupou as pastas que ocupou: defesa, trabalho e solidariedade, finanças... enfim! E o Durão, um dia, ainda teve a lata de se meter com a representatividade dos Verdes... eticamente, pior do que ter lugar na Assembleia sem se sujeitar a votos é sujeitar-se a votos, perder, e mesmo assim ir para o governo. Foi com o que aconteceu com o CDS/PP.
Quanto ao estado social... ele é possível. Simplesmente não interessa a todos e por isso, sempre que existem condições sociais para a sua implementação mexem-se uns cordelinhos e a coisa não avança. Foi o caso do Guterres (a tempestade por causa da Taxa de Alcoolemia ou o buzinão por causa da subida de 5 cêntimos (ou escudos) no preço do combustível. Com Ferro Rodrigues à frente do PS também havia esperança... deram-lhe oportunidade? Não! Não acha estranho que o envolvimento do PS no caso Casa Pia tenha cessado exactamente no dia em que ele se demitiu? Será que são só coincidências? Se acredita nisso... é feliz!
Cumprimentos
Não tenho direito de o estar a massacrar.
Há coisas que só o tempo e a vida lhe revelarão. Não será por eu agora o afirmar que você se vai convencer.
Por isso, respeitosamente, deixe passar 5 anos e depois volte a ler isto.
Só mais uma coisa no subsídio dos combustíveis, porque é matéria factual, não é de opinião.
Por ano o OGE entregava ás petrolíferas - galp, BP, - mais do que 500 milhões de contos para compensar o congelamento dos preços.
Dê as voltas que quer, isto é um facto. Pode defender que esse facto era positivo. Mas é um facto. Está na história.
E quanto ao número de funcionários públicos, existem estudos de todos os governos a indicar que a administração tem que ser reduzida em 150 mil unidades. É um facto.
Você pode defender que, por motivos sociais, o OGE deve continuar a sustentar o emprego artificial destes 150 mil. Mas não pode vir dizer que eles fazem falta.
Percebe ? a nossa divergencia é que eu tento abordar os factos, mas você justifica-os ou desmente-os por razões de caridade social.
Que foi exactamente o que Guterres fez. Por ser um Homem de Caridade, deu e distribuiu sem pensar.
Socrates - ou qualquer outro - nunca ganharia umas eleições se avisasse sobre o apertar do cinto inevitável que se seguiria.
E Socrates - muito embora podendo e devendo ir mais longe - está a ser um patriota por ter a coragem de enfrentar o facilitismo que foi o apanágio de Guterres.
Sinceramente, você acredita que Guterres abandonou o governo por causa do "buzinão dos 5 centimos" e por causa da polémica do "grau de alcoolémia ?
Guterres foi-se embora para evitar o agravar do deficit, porque ele já não sabia onde ir arranjar dinheiro para pagar as regalias e subsídios que andou a distribuir de forma imponderada e irrealista.
Se Você não perceber isto - que é análise corrente até dentro do PS - então, acredite que as suas análises estão muito viciadas no método.
Não leve a mal, e cumprimentos.
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Ouça, não massacra nada, pelo contrário! E não levo nada a mal (nem tenho de levar) o facto de divergirmos de opinião!
O que acontece é que me preocupa o rumo que as coisas estão a levar. “Socrates - ou qualquer outro - nunca ganharia umas eleições se avisasse sobre o apertar do cinto inevitável que se seguiria” é , quer se queira quer não, uma forma de desonestidade, sinal da fragilidade da nossa democracia. Ganhar eleições com base em mentiras não me parece correcto nem saudável. Para isso, sejamos honestos, implante-se uma ditadura e termine-se a fantochada de dar ao povo a ilusão de que é ele a escolher os seus destinos. Por outro lado, aquilo que nos separa não é o objectivo é, sim, a metodologia: o Carneiro acha que não há outro caminho, eu acho que há. E acho que estas políticas favorecem uma margem pouco significativa (mas muito poderosa) da população em detrimento da populaça. Contudo, o trabalho de marketing (afinal porque é que grandes empresários habituados a investir em empresas de lucro, investem em jornais e comunicação social, algo que sempre deu prejuízo?) tem funcionado eficazmente. Daí que a população acredite que reduzir a sua qualidade de vida ao mesmo tempo que se quadruplicam os lucros das grandes empresas e se acentua o fosso entre ricos e pobres é o caminho certo. Há muito que esta fórmula está esgotada na Europa. Aqui, ainda se acredita nela!
Quanto a factos: o défice, no tempo de Guterres, era inferior ao do Barroso e àquele que está hoje identificado;
Os combustíveis em Espanha estão a preço inferior quando o preço do crude é igual para todos.
(E agora tenho mesmo de sair... o resto fica para a próxima se houver oportunidade!)
...e não é que consegui ler todos estes comentários?! ...e para o bem e para mal, achei-os
interessantes.
Pois então a Sulista está de parabéns! Isso é que é coragem!
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