quinta-feira, junho 15, 2006

Conta-me outro conto.

Era uma vez um pai de família com algum dinheiro mas muito forreta. Um dia, anuncia à pequenada que nesse ano vão todos de férias para a praia (nesta altura a pequenada faz a obrigatória algazarra de felicidade). Entretanto, prossegue, anunciando que para isso já reservou quarto num hotel (a algazarra aumenta)... num hotel em Vilar Formoso!!!
Acto contínuo, o motorista, com ar de pânico e dedo no ar em jeito de pedir a palavra, tenta avisar que a coisa assim não vai resultar...
- Pronto – reage o pai de família com algum dinheiro mas muito forreta – é sempre isto! Quer uma pessoa dar o melhor à sua família e aparece sempre este tipo como má vontade. Vê-se mesmo que não quer fazer nenhum. Preguiçoso! Incompetente!
Nesta altura, qualquer simpatia que os filhotes pudessem nutrir pelo motorista acabava de sucumbir perante aquela atitude ostensivamente «boicotante». Não restou, portanto, ao motorista outra alternativa que não fosse a de cumprir as ordens... por mais disparatadas que elas fossem!

Bom – poderemos pensar – no final do verão, quando se verificar que o plano falhou, a imagem do motorista sairá reabilitada numa relação inversamente proporcional à imagem do pai de família com algum dinheiro mas muito forreta, certo?

Errado!

No final da época, o pai de família com algum dinheiro mas muito forreta juntará a família e dirá:
- eu bem tinha avisado. Vocês foram testemunhas... eu tentei tudo para vos dar o máximo. Mas infelizmente o motorista boicotou os nossos planos. Ele não é capaz de se adaptar aos novos tempos. Não é moderno... está desactualizado. Vamos despedir o motorista e passaremos a andar de taxi.

Nesta história, não sei se a família saiu prejudicada ou beneficiada.
Na educação, substituir a Escola-Pública pela Escola-Empresa é catastrófico.
Substituir o ensino de qualidade pelo ensino popular, parece-me criminoso.
Fazer com que o aluno “curta” a escola, não é difícil.
Trazer os pais contentes pelos contentamentos dos filhos, é fácil e dá votos!

Por outro lado mantêm-se as escolas-referência. Aquelas onde apenas se consegue entrar com uma valente cunha.

Finalmente, adopta-se uma qualquer Quarta Via Socialista onde se assume que a economia (e a sociedade em geral) tem capacidade para se auto-regular através de uma qualquer mão invisível.

Os excluídos apenas se poderão lamentar de si próprio.


2 comentários:

Anónimo disse...

Escola Pública como sinónimo de escola de qualidade...Ridiculo.
Existem boas e má escolas no privado e no público.
Motivo: Existem bons e maus gestores no privado e no público.
Quande se fala e valoriza a gestão de ums escola pública apenas se está a dizer. Vamos dar autonomia às escolas, vamos encontrar gestores de qualidade, que não se limitem a entrar nos joguinhos dos funcionários e professores, mas que se preocupem em gerir a coisa pública. Ou seja os nossos impostos. O modelo ideal para mim é simples e sempre o defendi. A escola recebe uma verba por aluno e faz a gestão conveniente. Depois é controlada como uma empresa normal. Contrata os seus professores, programa as suas aulas, as suas despesas, encontra fontes de receita.
Mas claro que para a esquerlha folclórica e sindicalista o que fica bem é burocracia estatal. Governo manda , faz despachos e se não percebemos ficamos quietos à espera.A posição aliás mais tipica : sentados à espera que o governo resolva..

Anónimo disse...

...desiste, meu! Esses filho da P vão fazer tudo o que lhes der na gana! Resta-me a consolação de que a ministra é feia que nem um bode!!!