A SIC tornou-se numa estação de televisão de referência. Fruto de um trabalho contínuo, coerente e consistente feito ao longo dos anos.
É, inquestionavelmente, uma referência no plano informativo com o rigor da informação a que nos habituou, tanto no canal aberto como no SIC Notícias. Mas não só. Também ao nível do entretenimento: refiro-me, concretamente, (mas apenas a título de exemplo) ao “esmiúça os sufrágios”, um marco histórico no humor em Portugal.
Por toda esta excelência que, paulatina e gradualmente soube construir, a SIC não precisava de um programa como o “Ídolos”. Um espaço onde o único objectivo é fazer humor a partir da humilhação gratuita de outras pessoas. Degradante.
É pena!
quinta-feira, outubro 29, 2009
quarta-feira, junho 10, 2009
Análise político-económica
Na sequência da vitória nas eleições europeias, Paulo Rangel "mandou" o governo parar com as grandes obras.
Tudo depende do resultado das próximas legislativas para, daí, se reavaliar como e quem vai construir o aeroporto e o TGV.
É tudo uma questão de legitimidade.
Eu explico melhor:
Simples, portanto!
:)
Tudo depende do resultado das próximas legislativas para, daí, se reavaliar como e quem vai construir o aeroporto e o TGV.
É tudo uma questão de legitimidade.
Eu explico melhor:
- se for o PS a ganhar é a MOTA ENGIL que tem «legitimidade» para construir a obra;
- se for o PSD essa «legitimidade» passa para a SOMAGUE/SOARES DA COSTA.
Simples, portanto!
:)
terça-feira, junho 09, 2009
Eleições Europeias - a Análise!!!
Numa altura em que o sistema neo-liberal de auto-regulação dos mercados está em crise com a recente crise, como é que se justifica que a Europa tenha “virado” à direita?
De facto, não foram os partidos do governo que foram derrotados a 7 de Junho. Foram (em síntesel) apenas os partidos de governo da área centro-esquerda. Porquê?
Tenho para mim que este é o resultado da alegada “renovação” dos Partidos Socialistas iniciada por Blair com a chamada terceira via.
Ou seja: os Partidos Socialistas perceberam - e bem - que se deviam modernizar face aos novos paradigmas da sociedade. Só que em vez de iniciarem esse processo de actualização, a partir de uma espécie de up-grade em relação à sua filosofia e estrutura ideológica, acharam que era «mais fácil» “meterem a ideologia na gaveta” e situarem-se ali próximo (ou até mesmo “em cima”) dos partidos de direita.
Ou seja: os Partidos Socialistas perceberam - e bem - que se deviam modernizar face aos novos paradigmas da sociedade. Só que em vez de iniciarem esse processo de actualização, a partir de uma espécie de up-grade em relação à sua filosofia e estrutura ideológica, acharam que era «mais fácil» “meterem a ideologia na gaveta” e situarem-se ali próximo (ou até mesmo “em cima”) dos partidos de direita.
E digo «mais fácil» porque desta forma tornaram-se mais atractivos para os “agentes económicos” que “agem” no tal mercado liberalizado e auto-regulado e que até "gostam de «investir» em política".
Esta estratégia tem, naturalmente, muitas vantagens no curto prazo. Mas depois... é o que se começa a ver!
Esta estratégia tem, naturalmente, muitas vantagens no curto prazo. Mas depois... é o que se começa a ver!
Contudo, voltemos à questão inicial:
Numa altura em que o sistema neo-liberal de auto-regulação dos mercados está em crise com a recente crise, como é que se justifica que a Europa tenha “virado” à direita?
Parece-me que a resposta é esta:
se inevitavelmente temos de viver (por falta de alternativa política) numa sociedade baseada nos princípios e valores neo-liberais, então que sejam os neo-liberais a tomar conta dela porque, ao menos sempre lidam com aquilo que sabem.
É mais ou menos a mesma face do princípio (adaptado) que diz que “assim como assim, e a ter de ser, que sejam os genuínos em vez das imitações.
E pronto… é esta a minha opinião!
E pronto… é esta a minha opinião!
segunda-feira, junho 08, 2009
Santana Castilho - Carta aberta (No Público)
Senhor primeiro-ministro:Como sabe, uma carta aberta é uma figura retórica. Usamo-la para dizer publicamente coisas que reputamos de interesse geral e para as quais queremos mobilizar os outros. É este o meu fito. Claro. Dispensando mantos negros de campanhas da mesma cor. A assinatura vai no fim. Responsabiliza e o senhor sabe quem se lhe dirige.Quer acredite, quer não, começo por lhe confessar que tenho, repetidas vezes, verdadeira compaixão de si e da vida que construiu ao longo dos últimos anos. Não se pode sentir bem, mesmo que se julgue um salvador. Porque, objectivamente, o país que resulta da sua governação está pior do que o país que tomou e porque são muitos os que o têm por carrasco das suas existências. É, por exemplo, o caso do grupo profissional a que pertenço, os professores. A ministra e os secretários de Estado que o senhor descobriu infernizaram um sistema de ensino que já não precisava de ajuda para ser medíocre. Mas foram longe no cumprimento da missão que lhes determinou. Tornaram-no um caos. A responsabilidade, primeira e última, de tudo quanto aqui disse à sua dilecta ajudante, no meu último artigo, é sua. Sua, senhor primeiro-ministro! O senhor tem vindo perseverantemente a destruir a credibilidade da escola pública, a hipotecar o futuro da juventude e, com ela, do país.Se aplicar a si próprio a ligeireza taylorista da avaliação do desempenho que impôs aos outros, estritamente assente em resultados, só pode concluir que falhou e não merece a renovação do contrato. Três exemplos, entre tantos: o senhor conseguiu a maior taxa de desemprego de sempre e uma dívida externa como nunca se viu na nossa história; sufocou-nos com a obsessão dos 3 por cento para, afinal, terminar a legislatura com um défice nunca antes atingido.O senhor, no partido e fora dele, rodeou-se de iluminados fanáticos que lhe têm feito crer que as suas posições - melhor dizendo, imposições - são as únicas razoáveis, ainda que diametralmente opostas às da maioria a quem se destinam. E não me venha com o discurso da legitimidade que conquistou nas urnas. Começou a perdê-la no dia seguinte, quando deixou de cumprir o que prometeu aos que em si votaram.Umas vezes de modo sub-reptício, outras de forma desavergonhada, fui assistindo à coacção social para aceitar ideias denominadas de progressistas, que não são mais que retrocessos civilizacionais. Falo da escola a tempo inteiro. Falo daquilo a que chamou escola inclusiva. Falo do desmembramento do Sistema Nacional de Saúde. Falo do desastre da Justiça e da produção legislativa pré-ordenada para fins diferentes dos do interesse colectivo. Falo do incentivo à bufaria e da continuada tentativa de domar a imprensa livre. Falo do TGV, do fim dos concursos públicos e dos ajustes directos, das derrapagens escandalosas de preços e dos favorecimentos mais que duvidosos. Falo do esbatimento desapropriado e inaceitável das fronteiras entre o Estado e o PS.Os funcionários públicos, em geral, e os professores, em particular, foram apresentados à população como os responsáveis pelos males do país. O senhor pulverizou carreiras em nome de uma modernização que ninguém vê. Tornou tudo precário. Deitou borda fora gente experiente e competente para acabar contratando em outsorcing depois. O último ajuste directo foi feito com Freitas do Amaral, por 72.000 euros, para rever a lei das fundações. Naturalmente que não está em causa a competência do professor. Em causa está o princípio. Em causa está a memória, que ainda não se apagou, de outro contrato para colectar, por mais do triplo daquele valor, imagine-se, uma legislação que qualquer secretaria-geral dominava e utilizava no dia-a-dia.Entrámos em campanha eleitoral. Três eleições seguidas, arrastadas, com os mesmos que nos trouxeram à encruzilhada a dizerem que têm as soluções para o país, sem que ninguém peça desculpa por ter sido protagonista dos mesmíssimos erros que aponta aos adversários. Entre eles, o senhor sobressai pela falta de credibilidade. Pelo que acabo de referir, a título paradigmático, mais pela falta de cabal e atempado esclarecimento de tanta trapalhada em que tem sido envolvido. Queria que a rectidão do seu carácter não fosse com frequência objecto de dúvida. Gostaria que os olhos nos olhos da argumentação política substituísse o absurdo e a mentira manipuladora do receituário definitivo. Mas como quer, por exemplo, que o cidadão comum tome a sério o combate apressado ao enriquecimento ilícito, simulado na mesma casa que se abriu, sem pudor político nem vergonha cívica, quase por unanimidade, ao deboche do financiamento partidário? Ou que seja generoso quando o vê, lá fora, ridiculamente exposto a falar em castelhano que não domina, ou a promover computadores manhosos numa cimeira internacional?Reconhecem-lhe dons oratórios. Discordo. O senhor é tão-só um pugilista da frase previamente fabricada (para o observador atento são significativos os seus erros discursivos: diz perdão, faz rewind e carrega no forward para prosseguir sem pestanejar). O seu vício para reduzir a argumentação ao pugilato verbal é irrecuperável, mesmo que a tarefa seja entregue à equipa de Obama que, dizem, vai contratar. Tenho para mim que o que mais o aproxima desse político é o tom da pele. Imagine como vejo grande a distância que vos separa e difícil a tarefa daqueles técnicos de comunicação. Sejam quais forem os resultados, o senhor já perdeu. Porque resignou um povo a viver explorado, sem esperança e sem alegria.
Professor do ensino superior (s.castilho@netcabo.pt)
Professor do ensino superior (s.castilho@netcabo.pt)
domingo, maio 31, 2009
sábado, maio 30, 2009
Manif 2
Menos gente do que na última mas mais, mito mais do que estava à espera.
Correu bem. Correu até muito bem.
Fixe!
Correu bem. Correu até muito bem.
Fixe!
Cá vou eu
E pronto, cá estou eu. Metido num autocarro, abafado e quente, a caminho de Lisboa.
Nunca tinha andado nestas andanças e agora, no espaço de dois anos, eis-me aqui a caminho da terceira manifestação.
Ao contrário do que possa parecer, e para além de uma certa festa que há sempre nestas festas, o dia vai ser muito, muito, mas mesmo muito chato.
Nunca tinha andado nestas andanças e agora, no espaço de dois anos, eis-me aqui a caminho da terceira manifestação.
Ao contrário do que possa parecer, e para além de uma certa festa que há sempre nestas festas, o dia vai ser muito, muito, mas mesmo muito chato.
-Então por que é que me meto nisto quando, afinal, podia ficar em casa a gozar o merecido descanso de fim-de-semana? – é a pergunta que me faço procurando uma desculpa para ficar em casa.
- Por que é que vou e abdico de um Sábado com a minha filha?
Afinal não vou reivindicar aumento de ordenado.
Não vou reivindicar aumento de regalias.
Não vou reivindicar nada de especial que seja directamente para mim.
Mas vou reivindicar uma coisa muito especial para a minha filha: o direito de ela frequentar uma Escola séria, honesta, que a prepare para as exigências da sociedade actual.
Não admito que este governo e este ministério transforme a minha filha – os nossos filhos e os nossos jovens – em meros gráficos de barras coloridas que enfeitam uma qualquer estatística para apresentar em Bruxelas.
A minha filha – os nossos filhos e os nossos jovens – são um recurso precioso que vai continuar, no futuro, a construir Portugal. E não um recurso ao serviço e para sustentar o Governo.
É isto que vou reivindicar a Lisboa.
Para mim, reivindico apenas o direito à dignidade no trabalho. A pressão facilitista e laxista que nos querem impor diariamente fere gravemente a honra e a dignidade pessoal e profissional de cada professor.
Bom.. e agora que tudo corra bem.
Desta vez seremos menos mas estamo todos com a mesma convicção!
segunda-feira, maio 25, 2009
Eram Rosas... Foram Cardos
Marinho Pinto, com o seu estilo habitual, disse a manuela Moura Guedes o que ela já devua ter ouvido há muito tempo.
De facto, o seu mau jornalismo faz com que se confunda jornalismo de investigação com jornalismo de manipulação.
E, não sei se é esse o objectivo, mas com essa atitude faz com que, muitas vezes, perante uma qualquer escândalo, se começe a sentir simpatia pelos escandalosos.
A única coisa que não me pareceu bem, relativamente a Marinho Pinto, foi o facto de ele tratar a Manuela Moura Guedes como jornalista quando, afinal, ali ela está apenas no papel de esposa... esposa do Director da estação.
sexta-feira, abril 24, 2009
domingo, abril 12, 2009
Madrid I
Aproveitei a Semana Santa e o pequeno descanso que ela proporciona para “dar um saltinho” a Madrid.
Não sei porquê mas gosto daquela cidade.
Gosto dos prédios.
Gosto dos monumentos.
Gosto de passear pelo Sol e pela Gran Via.
Gosto de andar pelas ruelas estreitas.
Gosto de andar entre o Palácio Real/Ópera até à Praça Maior.
Gosto do ambiente.
Gosto dos músicos de rua.
Gosto de tapas.
Gosto… e pronto.
E como gosto, fui até lá.
E como fui até lá, ou melhor, como estive quatro dias por lá, não pude deixar de fazer as inevitáveis comparações.
Não sei porquê mas gosto daquela cidade.
Gosto dos prédios.
Gosto dos monumentos.
Gosto de passear pelo Sol e pela Gran Via.
Gosto de andar pelas ruelas estreitas.
Gosto de andar entre o Palácio Real/Ópera até à Praça Maior.
Gosto do ambiente.
Gosto dos músicos de rua.
Gosto de tapas.
Gosto… e pronto.
E como gosto, fui até lá.
E como fui até lá, ou melhor, como estive quatro dias por lá, não pude deixar de fazer as inevitáveis comparações.
Madrid II
Já não ia a Madrid há alguns anos. Foi, por isso, com alegre surpresa que verifiquei que o percurso entre Vilar Formoso e Madrid (com excepção de pequenos desvios devido a obras) já é praticamente todo feito numa espécie de auto-estrada. E é também com alegria no rosto que no final, isto é, 300 quilómetros depois, se constata que o preço é de… 8,05 euros (equivalente à última fase do percurso correspondente ao túnel de S. Rafael que atravessa a Serra de Guadarrama).
Estranha-se, ainda, que do outro lado, entre os espanhóis, não se ouça o argumento do “utilizador-pagador” e coisas desse género. Nem o argumento de que assim, andam os espanhóis a pagar, com os seus impostos, obras que depois são utilizadas por outros cidadãos de outras nações (como os portugueses, por exemplo).
Bem sei, bem sei… estes são argumentos usados por pessoas pequenas… mesquinhas. Por sociedades mais atrasadas e, se há coisa que os espanhóis não são é… atrasados.
Agora, uma coisa é certa: que eu vou ouvindo estes argumentos por aí, ai isso vou!
Estranha-se, ainda, que do outro lado, entre os espanhóis, não se ouça o argumento do “utilizador-pagador” e coisas desse género. Nem o argumento de que assim, andam os espanhóis a pagar, com os seus impostos, obras que depois são utilizadas por outros cidadãos de outras nações (como os portugueses, por exemplo).
Bem sei, bem sei… estes são argumentos usados por pessoas pequenas… mesquinhas. Por sociedades mais atrasadas e, se há coisa que os espanhóis não são é… atrasados.
Agora, uma coisa é certa: que eu vou ouvindo estes argumentos por aí, ai isso vou!
Madrid III - ASAE I
Não gosto de ASAE. Tem uma atitude arrogante e pidesca.
Fica a sensação de que é vingativa e capaz de fazer a vida negra a quem quer que ouse questioná-la.
Não se move pelo interesse público mas apenas pelo interesse pessoal . De acordo e ao sabor da vaidade dos seus elementos.
Esta é a minha opinião e pronto. Enquanto o delito de opinião não for outra vez criminalizado (por este andar, lá havemos de chegar), é apenas a minha opinião. Nada mais.
No entanto, uma coisa é certa: seja por causa da ASAE ou não, a verdade é que os nossos comerciantes, já vão mostrando mais respeito pelo consumidor do que os comerciantes do país vizinho.
Coisas como:
Quadro de ardósia colocado estrategicamente no passeio para que qualquer pessoa tropece nele a anunciar:
Menu: Primeiro prato + segundo prato mais postres mais bebida mais… mais… mais… = 8,90 euros.
Depois de sentado à mesa com o pão e a manteiga começarem a olhar para nós, portugueses esfomeados , é que somos informados que os menus anunciados só funcionam ao almoço… ao jantar, népia!
Ou então:
Letreiro colocado num café anuncia o Pequeno-almoço (tostada e café = 2 euros) Só… sem mais nada!
No momento de pagar, os 2 euros anunciados transformam-se em 3, 5 cobrados. Motivo: o que está anunciado refere-se ao pequeno-almoço ao balcão. Nas mesas é mais caro.
Então e onde é que isso está escrito? (sempre pergunto eu) .
Finalmente:
Temos uma informação no hotel que nos diz que as visitas ao Palácio Real são gratuitas.
Já na fila para a dita visita temos tempo de ler todas as informações colocadas nos placards como horários de abertura, encerramento e coisas desse género.
O quadradinho reservado aos preços foi retirado para minha satisfação.
(Gosto de visitar monumentos mas gosto mais ainda quando as entradas são gratuitas).
Depois de uma hora na fila de espera, espera-me a triste desilusão de me pedirem 8 euros para poder entrar.
Opsss! Não… assim não vale – pensei eu.
E não entrei. Não foi propriamente pelos 8 euros.
Foi mais pelo facto de me sentir enganado.
Aproveitei para fazer uma reclamação (vá lá… é ou não é original? Quantos turistas, em férias, têm pachorra para fazer uma reclamação?) e depois... vim-me embora.
Fica a sensação de que é vingativa e capaz de fazer a vida negra a quem quer que ouse questioná-la.
Não se move pelo interesse público mas apenas pelo interesse pessoal . De acordo e ao sabor da vaidade dos seus elementos.
Esta é a minha opinião e pronto. Enquanto o delito de opinião não for outra vez criminalizado (por este andar, lá havemos de chegar), é apenas a minha opinião. Nada mais.
No entanto, uma coisa é certa: seja por causa da ASAE ou não, a verdade é que os nossos comerciantes, já vão mostrando mais respeito pelo consumidor do que os comerciantes do país vizinho.
Coisas como:
Quadro de ardósia colocado estrategicamente no passeio para que qualquer pessoa tropece nele a anunciar:
Menu: Primeiro prato + segundo prato mais postres mais bebida mais… mais… mais… = 8,90 euros.
Depois de sentado à mesa com o pão e a manteiga começarem a olhar para nós, portugueses esfomeados , é que somos informados que os menus anunciados só funcionam ao almoço… ao jantar, népia!
Ou então:
Letreiro colocado num café anuncia o Pequeno-almoço (tostada e café = 2 euros) Só… sem mais nada!
No momento de pagar, os 2 euros anunciados transformam-se em 3, 5 cobrados. Motivo: o que está anunciado refere-se ao pequeno-almoço ao balcão. Nas mesas é mais caro.
Então e onde é que isso está escrito? (sempre pergunto eu) .
Finalmente:
Temos uma informação no hotel que nos diz que as visitas ao Palácio Real são gratuitas.
Já na fila para a dita visita temos tempo de ler todas as informações colocadas nos placards como horários de abertura, encerramento e coisas desse género.
O quadradinho reservado aos preços foi retirado para minha satisfação.
(Gosto de visitar monumentos mas gosto mais ainda quando as entradas são gratuitas).
Depois de uma hora na fila de espera, espera-me a triste desilusão de me pedirem 8 euros para poder entrar.
Opsss! Não… assim não vale – pensei eu.
E não entrei. Não foi propriamente pelos 8 euros.
Foi mais pelo facto de me sentir enganado.
Aproveitei para fazer uma reclamação (vá lá… é ou não é original? Quantos turistas, em férias, têm pachorra para fazer uma reclamação?) e depois... vim-me embora.
Madrid IV - ASAE II
A ASAE andou por aí pelo país a dar asas à sua descontrolada vaidade e a encerrar metade das “instituições” tradicionais do nosso povo.
O azeite nos restaurantes tinha de estar em embalagens de plástico.
As colheres de pau tinham de ser de plástico.
O queijo da serra e as amêndoas de Portalegre tinham, também eles(as), de ser de plástico. Enfim… quando o ridículo assumiu proporções de patetice, vieram os diligentes agentes justificar que “a culpa não era deles mas da Europa” A Europa é que mandava… modernices.
- Bom, ‘tá bem - pensámos nós a fingir que acreditávamos só para não causar mais dissabores, (não fossem estes homens encerrar-nos a sardinha assada na brasa e o caldo verde verdinho a fumegar na tigela).
Ora, acontece que a Espanha também está na Europa.
E lá, os restaurantes nem uma colherzinha nos mandam nas travessas para a pessoas se poderem servir. Quando queremos mais, lá temos nós de meter a (nossa) colherada no prato comum.
Na verdade, não acho muita piada. Não sei porquê mas não me parece muito higiénico.
No entanto, a minha pergunta é: então e aqui, a Europa não tem regulamentos para os espanhóis?
Por isso, quando os senhores da ASAE vierem outra vez com a conversa de que é a Europa que está a mandar vou mandá-los dar uma volta até ao Chico da Espanha.
Olé!
O azeite nos restaurantes tinha de estar em embalagens de plástico.
As colheres de pau tinham de ser de plástico.
O queijo da serra e as amêndoas de Portalegre tinham, também eles(as), de ser de plástico. Enfim… quando o ridículo assumiu proporções de patetice, vieram os diligentes agentes justificar que “a culpa não era deles mas da Europa” A Europa é que mandava… modernices.
- Bom, ‘tá bem - pensámos nós a fingir que acreditávamos só para não causar mais dissabores, (não fossem estes homens encerrar-nos a sardinha assada na brasa e o caldo verde verdinho a fumegar na tigela).
Ora, acontece que a Espanha também está na Europa.
E lá, os restaurantes nem uma colherzinha nos mandam nas travessas para a pessoas se poderem servir. Quando queremos mais, lá temos nós de meter a (nossa) colherada no prato comum.
Na verdade, não acho muita piada. Não sei porquê mas não me parece muito higiénico.
No entanto, a minha pergunta é: então e aqui, a Europa não tem regulamentos para os espanhóis?
Por isso, quando os senhores da ASAE vierem outra vez com a conversa de que é a Europa que está a mandar vou mandá-los dar uma volta até ao Chico da Espanha.
Olé!
domingo, março 01, 2009
Importante não esquecer
(POR CLARA FERREIRA ALVES)
Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a
gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia
(que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades. Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém quem acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida? Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância. E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens , de corporações e famílias , de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa
Clara Ferreira Alves - "Expresso"
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