sábado, maio 30, 2009

Cá vou eu

E pronto, cá estou eu. Metido num autocarro, abafado e quente, a caminho de Lisboa.
Nunca tinha andado nestas andanças e agora, no espaço de dois anos, eis-me aqui a caminho da terceira manifestação.
Ao contrário do que possa parecer, e para além de uma certa festa que há sempre nestas festas, o dia vai ser muito, muito, mas mesmo muito chato.

-Então por que é que me meto nisto quando, afinal, podia ficar em casa a gozar o merecido descanso de fim-de-semana? – é a pergunta que me faço procurando uma desculpa para ficar em casa.
- Por que é que vou e abdico de um Sábado com a minha filha?

Afinal não vou reivindicar aumento de ordenado.
Não vou reivindicar aumento de regalias.
Não vou reivindicar nada de especial que seja directamente para mim.
Mas vou reivindicar uma coisa muito especial para a minha filha: o direito de ela frequentar uma Escola séria, honesta, que a prepare para as exigências da sociedade actual.

Não admito que este governo e este ministério transforme a minha filha – os nossos filhos e os nossos jovens – em meros gráficos de barras coloridas que enfeitam uma qualquer estatística para apresentar em Bruxelas.

A minha filha – os nossos filhos e os nossos jovens – são um recurso precioso que vai continuar, no futuro, a construir Portugal. E não um recurso ao serviço e para sustentar o Governo.

É isto que vou reivindicar a Lisboa.

Para mim, reivindico apenas o direito à dignidade no trabalho. A pressão facilitista e laxista que nos querem impor diariamente fere gravemente a honra e a dignidade pessoal e profissional de cada professor.

Bom.. e agora que tudo corra bem.
Desta vez seremos menos mas estamo todos com a mesma convicção!

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