sexta-feira, setembro 15, 2006

A Vida em Directo.

E pronto. Já passou mais um 11 de setembro.
Como tudo o resto, passou à estonteante velocidade com que se projectam os factos da vida na tela da realidade mediática.
Como tudo, também, foi-se obrigado a substituiu o pesar, meditação, ponderação e reflexão pela actualidade definida a partir da objectividade do (chamado) critério jornalístico. É ele que determina se nós (todos nós), devemos, em dado momento, andar sérios ou eufóricos; tristes ou alegres; indignados ou conformados. Na prática, a nossa vida, a nossa vontade, sentimentos, opiniões, mais não são do que o reflexo deste critério jornalístico.
É a vida em directo!

Um exemplo disso foi precisamente a entrevista, na SIC Notícias, dada pela Ministra da Educação a Mário Crespo no Jornal das 9 de quarta-feira. A admiração, o encanto, a empatia do entrevistador pela entrevistada foram de tal forma ostensivos que se a entrevista tivesse durado mais uns minutinhos teríamos certamente assistido, em directo, ao início de uma das mais belas história de amor.
E nem se argumente que a objectividade jornalística sairia afectada em detrimento de tão carinhoso momento. É que a objectividade jornalística nunca existiu em tal entrevista.

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