sexta-feira, setembro 22, 2006

Beatos (ou boatos?)

Não sei quantos patrões (agora diz-se empresários) juntaram-se ontem no Beato acompanhados de alguns dos seus mais fieis empregados (agora diz-se Economistas) para fazerem um conjunto de reivindicações ao governo.
Em resumo querem mais 200 mil desempregados, querem umas quantas empresas do Estado, querem também as reformas dos Portugueses e a redução do IRC.
A fórmula utilizada foi a mesma de sempre: arrancar a discussão a partir de um conjunto de premissas que se consideram indiscutíveis e inquestionáveis (dogmas tipo «o privado faz melhor do que o Público»(!!!) e coisas do género) ao que se juntou uma argumentação habilidosa e astuta (embora este ano com algumas falhas ao nível da coerência argumentativa).
Nada mais válido e legítimo.
É natural que os Patrões (perdão, empresários) queiram desemprego pois, quanto mais desemprego, menor o preço da mão de obra no mercado de trabalho (lei da oferta e da procura). É natural que queiram deitar a mão a empresas do Estado... pelo menos àquelas que são susceptíveis de darem lucro (nem que isso signifique, a médio e longo prazo, um elevado preço para a sociedade). Quanto a Reformas... está tudo dito. Relativamente ao IRC... pois,... ninguém gosta de pagar impostos.
Ou seja, nada de novo. Juntaram-se para reivindicar um conjunto de interesses que são os seus.

No entanto, achei curioso o tratamento jornalístico que foi dado ao assunto. Principalmente nos telejornais. Reparei que aquelas conclusões foram apresentadas, como se fizessem parte de um estudo objectivo e independente.
Vejamos: perante um encontro de sindicalistas e trabalhadores, não espero que a televisão me dê as suas conclusões como se fossem independentes (na verdade, neste caso já nem espero que a televisão me dê coisa nenhuma porque o assunto seria certamente excluído pelo «critério jornalístico»). Então porque é que quando são os patrões (e os seus economistas de serviço) o critério é outro?
Será que foi pela presença (na qualidade de dinamizador) do mentor intelectual (e político) do Presidente da República?

Hummm!

sexta-feira, setembro 15, 2006

:-)


As coisas no PP continuam instáveis. Ribeiro & Castro continua assustado. Está a ver que todos à sua volta - própria sombra incluída - lhe querem roubar a liderança do partido.
E tem razões para isso. Se um dia Sócrates acorda com um ataque de honestidade política e intelectual, é bem capaz de se candidatar ao cargo!

A Vida em Directo.

E pronto. Já passou mais um 11 de setembro.
Como tudo o resto, passou à estonteante velocidade com que se projectam os factos da vida na tela da realidade mediática.
Como tudo, também, foi-se obrigado a substituiu o pesar, meditação, ponderação e reflexão pela actualidade definida a partir da objectividade do (chamado) critério jornalístico. É ele que determina se nós (todos nós), devemos, em dado momento, andar sérios ou eufóricos; tristes ou alegres; indignados ou conformados. Na prática, a nossa vida, a nossa vontade, sentimentos, opiniões, mais não são do que o reflexo deste critério jornalístico.
É a vida em directo!

Um exemplo disso foi precisamente a entrevista, na SIC Notícias, dada pela Ministra da Educação a Mário Crespo no Jornal das 9 de quarta-feira. A admiração, o encanto, a empatia do entrevistador pela entrevistada foram de tal forma ostensivos que se a entrevista tivesse durado mais uns minutinhos teríamos certamente assistido, em directo, ao início de uma das mais belas história de amor.
E nem se argumente que a objectividade jornalística sairia afectada em detrimento de tão carinhoso momento. É que a objectividade jornalística nunca existiu em tal entrevista.

segunda-feira, setembro 11, 2006

11 de Setembro (3)



O 11 de Setembro visto pela Sofia de 8 anos!

11 de Setembro (2)








Foi há 36 anos. Uma memória... dita dura!

domingo, setembro 10, 2006

11 de Setembro (1)

imagem aqui

Foi assim, há 21 anos, que isto aconteceu.

domingo, setembro 03, 2006

Por isso, por essas e por outras... FIFiAs

Não gosto de futebol.

Por isso, e porque não tenho motivação para seguir as suas novelas, não percebo nada de futebol.

Por isso também, isto não tem nada a ver com futebol. Na verdade, no caso Belenenses vs Gil Vicente, não faço a menor ideia sobre quem tem razão.

Por isso, também, só agora percebi que há um regulamento ou qualquer outra coisa que impede que assuntos do futebol possam ir parar aos tribunais «normais».

Por isso, porque o Gil Vicente colocou não-sei-o-quê-ou-quem em Tribunal, vem a FIFA dizer que corremos o risco de ficar todos suspensos.

Por isso, porque a FIFA está com vontade de interferir na soberania de um País (pequeno, é certo, mas para já ainda [e pelo menos formalmente] independente), está o Governo (poder executivo) a preparar-se para interferir numa questão do poder judicial.

Por isso, mas só por isso, digo:
Força Gil, não desistas!

Teimosos!

Ainda em matéria de restauração há sítios que teimam em ser uma referência... um ponto de paragem obrigatório.
E, já que é assim, qual Maria vai com as outras, aí vou eu também abancar. A coisa prometia sair cara mas... dias não são dias.
Como não estava virado para a peixeirada optei por uns Rojões à Regional (ganhou a costela beirã).
O petisco chegou com uma magnífica apresentação... no próprio tacho ainda a fumegar.
Na verdade, nem o cheiro nem a textura viscosa da carne correspondiam ao aspecto mas... isso não quer dizer nada, pensei.
Contudo, foi quando meti o primeiro pedaço na boca que vi que estava preste a viver um momento histórico...
(É normalmente nesta fase do relato que entram os exageros... para o melhor o para o pior: “foi a coisa melhor que já vi...” ou “nunca tinha visto nada tão mau em toda a minha vida...” Enfim exageros.)
Pois bem, sem qualquer tipo de exageros, posso dizer que não me lembro de alguma vez me ter sido apresentado algo tão mau.
A carne, apesar de viajar à boleia da batata e couve no tal tachinho como que a dizer «acabadinho de fazer», mais parecia ter sido «acabadinha de aquecer» no microondas tipo “roupa velha. Do sabor sentia-se apenas que picava. Muito. E não era piri-piri. Não se percebia se era do excesso de sal, se do excesso de tempo passado à minha espera no frigorífico do restaurante. Em suma: intragável.
Como é óbvio, comeu-se a batatinha e a couve (a fome apertava) mas a carnufa foi toda para trás.
- Bom – pensei – quando levarem isto vão perceber e vão perguntar “então, não gostou? A comidinha não estava boa?” e eu vou ter de explicar que estava horrível.
Mas não. Nada! Ou não deram conta, ou já estão habituados a que os Rojões à Regional voltem sempre para trás. Teimosos, estes rojões!