sábado, novembro 11, 2006

Santarém

O congresso do PS em Santarém tem, pelo menos, a virtude de ser o Congresso da Verdade, na medida em que este se assume agora verdadeiramente, e sem preconceitos, como um partido de Direita.
E isto não é coisa de menor importância se se tiver em conta que, falar verdade, não é prática habitual neste novo PS Moderno.
(É evidente que ainda faltam 2 anos para as próximas legislativas, prazo que dá alguma margem de manobra para se cometerem estas extravagâncias).
Claro que este Compromisso para o século XXI, ou melhor, este Casamento com a direita não se concretizou aqui em Santarém. Aqui foi só a Cerimónia... o simbólico. O Casamento Civil, propriamente dito, ocorreu há mais tempo com a derrota presidencial que Sócrates conseguiu infligir a Soares. Aí, sim, enterrou-se definitivamente o PS, a sua História e o seu Património.
Em Santarém foram os Símbolos: o Punho, a Rosa, o Vermelho (o cravo já tinha ido no 25 de Abril).
E em Santarém porque foi a melhor forma que Sócrates encontrou para entregar simbolicamente à origem (a Santarém e a Salgueiro Maia) o Património que restava e que o PS ainda guardava relativo ao 25 de Abril.
Em Santarém, este novo PS Moderno quis mostrar às grandes forças económicas que dirigem os nossos destinos, que cortava com o seu passado... com a vertente Humanista. Enfim, que aceitava as novas regras do jogo.
É obviamente uma opção estratégica. Uma opção que lhe garantirá, como tem acontecido, o apoio generalizado dos accionistas da Comunicação Social, (o que, convenhamos, não é coisa de pouca monta). Com isso assegura mais uns tempos de Poder Tranquilo à frente do País.
O País também ganha qualquer coisa porque é sempre positivo quando, em política, se fala verdade.
Mas estou em crer que perde mais do que ganha. Esta "triplicação" de partidos à Direita (que se atropelam à procura de clientes tipo concorrência entre hipermercados) sem garantir uma efectiva representatividade ao nível do Centro-Esquerda cria um preocupante Défice na Democracia. E, para falar francamente, preocupa-me mais este Défice da Representatividade do que o Défice da Comunidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

é esse "Défice de Representatividade" que faz a diferença e que há-de ganhar...um dia, não sei qd...até lá, sugam-nos tudo.

A propósito, já ouviu a nova música/hino dessa "nova esquerda moderna"? tenho-a lá no bloguito, em vídeo...

;-)