terça-feira, outubro 17, 2006

EDP

A electricidade vai aumentar quase 16%. Isto vem na sequência da abertura do sector à iniciativa privada estratégia que, dizia-se, iria estimular a concorrência com óbvios benefícios para o consumidor.
(Mais ou menos o que aconteceu com a liberalização dos combustíveis).
O que se passa é que a partir de agora os preços devem começar a reflectir os custos de produção, os “custos políticos” (seja lá o que isso signifique) e os custos com as energias renováveis.
Uma coisa ficámos a saber: a EDP andou este tempo todo a vender o seu produto abaixo do preço de produção. Ou seja, andou supostamente a ter prejuízo. O que eu não consigo compreender é como é que mesmo assim ainda conseguiu quadruplicar os lucros em 2005 face a 2004!
Há coisas fantásticas não há?

segunda-feira, outubro 16, 2006

Contradições

Defende, o Ministério da Educação, que deve existir diferenciação na carreira docente de modo a que só os melhores professores cheguem ao topo. No entanto, a actual proposta de ECD vai precisamente em sentido contrário. Ao introduzirem quotas de acesso à categoria de “Professor Titular” significa que, tal como as coisas estão, um professor «Excelente» acaba por estacionar em determinada categoria juntamente com o professor «Bom» e até mesmo com o «Regular». Com esta proposta, uma coisa os professores têm como certa: tanto faz saltar como correr (que é como quem diz, tanto faz ser um bom profissional como não) que o resultado final será sempre o mesmo.
Na verdade é intrinsecamente contraditório defender-se, por um lado uma avaliação baseada no mérito e, simultaneamente, quotas limitadoras da progressão.

Assim como não é correcto estabelecerem-se, como se tem defendido ultimamente, comparações com outras profissões.
...que os Juízes também não chegam todos ao topo. Nem os Médicos... nem os Militares.
Bom, os Juízes têm casa paga onde quer que sejam colocados. Os professores, não.
Os médicos podem, em regra, fazer acumulações no sistema privado e só excepcionalmente é que optam pela exclusividade (recebendo as respectivas contrapartidas). Os professores estão em regra impedidos de acumular actividades privadas e apenas muito excepcionalmente podem fazer um pequeno complemento por fora.
Os militares têm uma messe... têm outras regalias. Os professores, não!
Ainda assim, a questão não está nas condições profissionais de cada uma destas categorias e as respectivas regalias a que, merecidamente ou não, têm direito. A questão é que não se podem comparar coisas que não são comparáveis. Não se podem comparar Professores a Juízes... nem a Médicos... nem a Militares. Não é honesto. E o senhor Primeiro-Ministro sabe isso. Lamentavelmente a honestidade política não parece fazer parte das suas preocupações.

Nota: esta semana espero ter mais tempo para o Blog. É que até ver, estou de greve!

domingo, outubro 15, 2006

O Presidente que não quer causar problemas

Dois dias na inclusão na área metropolitana de Lisboa em que Cavaco Silva mostrou ‘os bons exemplos’ da solidariedade social, explicando que esse é o papel de quem assume não ter vocação para ser força de bloqueio.
Expresso, 14/10/2006

Esta semana de “Presidência Aberta” de Cavaco serviu para mostrar assumidamente o lado mais positivo de Portugal, no caso, da Área Metropolitana de Lisboa. Negou-se propositadamente a possibilidade de se falar dos aspectos eventualmente negativos. Nada de ser uma força de bloqueio numa clara alusão às Presidências Abertas de Mário Soares.
No entanto, tenho para mim que querer unicamente passar a mensagem de um Portugal Positivo é moral e politicamente tão censurável como fazer crer que há só um Portugal Negativo.
Se Cavaco quisesse ser um Presidente politicamente honesto optava por uma de duas hipóteses: ou se deixava ficar quieto no conforto do Palácio de Belém ou, a sair, mostrava o Portugal Real. Não apenas uma vertente de Portugal. Não apenas o Portugal optimista naquilo que até parecia ser uma estratégia concertada com Manuel Pinho e o seu fim de crise .
Bom, mas o que realmente acho mais fascinante é esta sintonia Cavaco–Sócrates com o Presidente verdadeiramente ao serviço do Primeiro-Ministro. Só não digo que parecia o ministro da propaganda porque ele não é ministro... é Presidente.

(Agora, verdade seja dita: nisto Sócrates acertou! É que dificilmente Soares ou Alegre se prestariam a fazer este papel).

sexta-feira, outubro 13, 2006

A dança das cadeiras


Parece que o PS – Coimbra está a ferro e fogo porque alguém resolveu mudar (outra vez em três meses) o Director-Regional de Educação do Centro sem consultar o partido.
Mas sim, consultou! grita Vítor Batista,
Não consultou nada... berra Luís Vilar
Consultou!
Não consultou!

Andam nisto.
E é triste, quer-me parecer.
É triste porque o partido, tem tido mais do que motivos para vir à rua bradar aos céus.
É que, de uma forma geral – e com pequenas excepções que apenas confirmam a regra – toda a política da senhora ministra tem sido uma ofensa à ideologia, aos princípios e valores socialistas.
Um exemplo, é todo este processo que está em curso de «elitização» do ensino estabelecendo escolas especiais para os mais favorecidos ao mesmo tempo que se trata de massificar (niveladas por baixo) as restantes para povo.
Pois bem, perante isto temos o PS... mudo.
Agora quando a coisa cheira a tacho... à dança das cadeiras... aí, ai que d’El Rei que a coisa fia fino.

É triste, repito. Cada vez mais fico sem saber se estou a olhar para o PS se para o PSD.


PS: Roubei a (magnífica) imagem ao meu amigo raindog sem lhe pedir autorização... espero que me perdoe!

quarta-feira, outubro 11, 2006

sexta-feira, outubro 06, 2006

Guedes


Ontem, Luís Nobre Guedes deu uma notável entrevista a Judite de Sousa. Ideias aparentemente claras e precisas aliadas a uma enorme facilidade de comunicação.
No entanto, destaco apenas dois momentos: um, quando sugeriu que o PP deveria apresentar um orçamento alternativo ao do governo ainda que com medidas impopulares; o outro quando traçou um rasgado elogio ao governo.
O primeiro, o orçamento impopular, significa que os políticos da nova geração (Sócrates incluído) começam a perceber e aplicar a Estratégia-Cavaco. Uma estratégia que nitidamente se inspirou no “ditote popularucho” do «quanto mais me bates mais gosto de ti». Ou seja, perceberam que os Portugueses admiram aqueles que os maltratam.
(Afinal, é algo que facilmente se explica através da SMSS: Síndrome de Meio Século de Salazarismo).

O outro, o elogio, significa que coerentemente se juntou a tantas outras personalidades da direita que, também coerentemente, vêm manifestar público agradecimento, reconhecimento e apoio ao governo.

Eu só pergunto: estes elogios, não deveriam estar a deixar os socialistas preocupados?

quinta-feira, outubro 05, 2006

5 de Outubro


Hoje é feriado. Dia da República! De tempos a tempos ouvimos uns quantos fazedores de opinião argumentar que temos feriados a mais... que produzimos pouco... que os outros europeus não têm tantos feriados... que com tanto feriado sai ferida a nossa competitividade.
(é verdade que esta campanha anti-feriados surge sempre ali para os lados do 25 de Abril como que a apalpar o terreno... como que a ver se já há condições para...)
Pois bem, aqui estou eu para dar a minha contribuição! Por mim, se quiserem tirar algum feriado do nosso calendário, que seja este. O Dia da República.
Pelo menos até 2016 (se é que me faço entender!)